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Biografia Olga Benário

Uma mulher que sempre lutou pelos ideais. Mulher de Luis Carlos Prestes, Olga foi presa no Brasil por conspiração e tentativa de impulsionar a revolução comunista. Uma história fascinante, que nos lembra o período da Ditadura no Brasil.

12/02/1908 23/04/1942
Movimento Comunista

Olga Benário foi uma militante comunista alemã. Foi companheira de Luís Carlos Prestes e atuante no apoio à Intentona Comunista de 1935. Nasceu em Munique de família judia, ainda na adolescência entrou para Juventude Comunista do Partido Comunista Alemão.
Se tornou uma revolucionária, e lutava para ver o fim das desigualdades e das injustiças sociais.


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Otto Braun

Em 1929 foi para a cidade de Berlim, junto com seu namorado, o militante comunista Otto Braun. Foi acusada de atividades subversivas e presa. Depois de solta foi para a União Soviética, onde fez treinamento militar na intenção de fomentar guerrilhas em outros países, para estabelecer governos comunistas, seguindo as determinações da Internacional Comunista.


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Fracasso comunista

A intentona fracassou e todos os organizadores, entre eles, Olga Benário e Carlos Prestes foram presos. Mesmo grávida Olga foi deportada para a Alemanha nazista e entregue a Gestapo. Foi levada para um campo de concentração, onde nasceu sua filha Anita Leocádia Prestes, que depois de várias campanhas, foi entregue a sua avó paterna, D. Leocádia.


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Campo de Concentração

Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg nos primeiros dias de março de 1938, e em 1939 seria transferida para o campo de concentração feminino de Ravensbrück. Ali, as prisioneiras viviam sob escravidão e eram sujeitas a experiências pelo médico Karl Gebhardt. Relatos de sobreviventes contam que, durante o seu tempo em Ravensbrück, Olga organizou atividades de solidariedade e resistência, com aulas de ginástica e história.

Com a Segunda Guerra Mundial e sem mais possibilidades de recursos à opinião pública, Olga seria um alvo óbvio para as políticas de extermínio nazistas: na Páscoa de 1942, com 34 anos de idade e quase quatro anos depois de transferida para Lichtenburg, Olga foi enviada para o campo de extermínio de Bernburg, onde foi executada na câmara de gás em 23 de abril de 1942 com mais 199 prisioneiras, dentre elas suas amigas Sarah Fidermann, Hannah Karpow, Tilde Klose, Irena Langer e Rosa Menzer. A notícia de sua morte foi feita através de um bilhete escondido na barra da saia de uma das presas


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A última carta - Parte I Olga Benário

Queridos,

Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças – ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça, correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito de acordo com isso, mas logo nos entenderemos muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como o teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica... Vês? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a ideia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte.


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Ligação com o Partido Comunista

Ainda na infância começa a frequentar grupos políticos de esquerda. Aos 15 anos entra para a Juventude Comunista, entidade ligada ao Partido Comunista, então na clandestinidade. Em 1925 vai para Berlim, onde dá continuidade a seu trabalho de militância. Algum tempo depois é eleita dirigente do núcleo político do bairro de Neukölln. Em 1928, após ajudar um dos líderes do partido a fugir da prisão, é procurada pela polícia alemã, que oferece recompensa em dinheiro por sua captura.


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Luís Carlos Prestes e o Brasil

Olga conheceu o brasileiro Luís Carlos Prestes que desde 1931 estava residindo na União Soviética. Em 1934, Prestes foi eleito membro da comissão executiva da Internacional Comunista e encarregado de voltar ao Brasil e liderar o levante que instalaria uma ditadura socialista no país. Olga Benário foi destacada para fazer parte do grupo de estrangeiros que iriam acompanhar Carlos Prestes em seu retorno ao Brasil. Olga e seu companheiro Carlos Prestes chegaram ao Brasil em 1935, mantendo-se na clandestinidade. Em novembro de 1936 uma revolta armada insurgiu na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, e deveria ser estendida por todo o país, mas apenas as unidades do Recife e do Rio de Janeiro se levantaram contra o governo de Getúlio Vargas, que estava preparado para esmaga-la.


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Memória

Após a Segunda Guerra Mundial, Olga seria apresentada e cultuada na Alemanha Oriental como exemplo da mãe vítima do nazismo, tal como a espiã do grupo da resistência alemã Rote Kapelle ("Orquestra vermelha") Hilde Coppi e a ativista comunista Liselotte Hermannn, ambas também executadas pelo nazismo. Sua efígie consta de moedas e selos, além de ter dado nome a 91 escolas, creches, ruas e praças em cidades que pertenciam à antiga República Democrática Alemã.26

Em 1984, foi feita uma exposição sobre sua vida na Galerie Olga Benário, em Berlim, na Richardstrasse 104, com edição de um catálogo que leva seu nome.27 Em 2008, em comemoração dos 100 anos de Olga e dos 24 anos da galeria, Anita Prestes, filha de Olga e Luís Carlos, inaugurou um memorial que homenageia as vítimas do holocausto, no último endereço de sua mãe em Berlim.


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A última carta - Parte II Olga Benário

Carlos, querido, amado meu: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes? Corformar-me-ia, mesmo que não pudesse ter-te muito próximo, que teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorriso. Quero-os a ambos, tanto, tanto. E estou tão agradecida à vida, por ela haver-me dado a ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os três juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz te sentes por nossa filha?

Querida Anita, meu querido marido, meu Garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça, pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que esforço-me para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nos últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijo-os pela última vez.


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Maternidade

Anita foi suprimida de Olga sem que lhe dissessem uma única palavra sobre o destino da filha – quando a tarefa de alguém é atormentá-lo, o esmero por vezes conquista refinamentos de crueldade. Ficou traumatizada, debilitada emocionalmente, quase enlouquece. Acreditava que Anita havia sido enviada a uma creche nazista. Aos pouco foi se recuperando e voltou a praticar atividades físicas e mentais.

Depois de um mês ela recebeu a carta de Dona Leocádia informando que sua filha estava bem e com ela. Olga ressuscitou e voltou a sonhar com a liberdade!


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