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Poemas de Outono

Confira os poemas de Outono que falam da estação, do amor, da paixão. Compartilhe!

Cinco coisas Pablo Neruda

Quero apenas cinco coisas
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar, o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos
Não quero ser sem que me olhes
Abro mão da primavera para que continues me olhando...


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Hai-Kai de Outono Mario Quintana

Uma borboleta amarela?
Ou uma folha seca
Que se desprendeu e não quis pousar?


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No ciclo eterno Ricardo Reis

No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.

Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.

Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos.


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O beijo Antonio Kleber

Guardo teu beijo, terno beijo, na memória.
No outono cinza, a despedida, último adeus,
como se foras sem deixar-me uma esperança
de reviver o teu carinho e os lábios teus!

Amargurando o teu partir, restou-me o beijo.
Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram,
no farfalhar, de relembrá-lo nas canções,
brincando algures junto às brisas outonais!

As estações se sucederam desde então!
Alma constrita, olhar perdido no horizonte,
dei-me ao letargo dos impulsos lascivos!

Trago a utopia de uma espera que me aturde!
Cedo o destino e a vida; ao tempo, entrego a morte,
mas na esperança de beijar-te uma outra vez!


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Ruínas Florbela Espanca

Se é sempre Outono o rir das primaveras,
Castelos, um a um, deixa-os cair...
Que a vida é um constante derruir
De palácios do Reino das Quimeras!

E deixa sobre as ruínas crescer heras.
Deixa-as beijar as pedras e florir!
Que a vida é um contínuo destruir
De palácios do Reino de Quimeras!

Deixa tombar meus rútilos castelos!
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los
Mais altos do que as águias pelo ar!

Sonhos que tombam! Derrocada louca!
São como os beijos duma linda boca!
Sonhos!... Deixa-os tombar... deixa-os tombar...


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Nas estações Beto Guedes

No inverno te proteger
no verão sair pra pescar
no outono te conhecer
primavera poder gostar
e no estio me derreter
pra na chuva dançar e andar junto...


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O Monte Prophet

Guardo o teu beijo, eterno beijo, na memória
No outono cinzento, a despedida, último adeus
Porque foste sem deixar-me uma esperança
De reviver o teu Carinho e os lábios teus!

Amargurando o teu partir, restou-me o beijo
Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram
Em dias de chuva, de relembrá-lo ao pé do tejo
Brincando algures junto às brisas que passavam!

As estações se sucederam desde então
Alma enfraquecida, olhar perdido no horizonte
Encontrei na escrita o que precisava o coração
Um mentor para me levar ao cimo deste monte...

Trago a utopia de uma espera que me amadureceu
Cedo o destino e a vida; ao tempo, entrego a morte
Mas na esperança de beijar-te uma outra vez a olhar o céu
Porque em cima daquele monte eu acredito que voltarei a ter sorte.


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Amo Sonia Schmorantz

Amo o silêncio das tardes cinzas de outono
O desenho das aves gravados no céu
Amo andar por estes caminhos, entre árvores
A balançar na brisa que vem do mar
Amo as horas paradas do tempo em
Que o mundo parece ter estacionado numa praia
Onde as ondas fazem graça na areia branca.

Amo as tardes com suas aragens frias
Que buscam seu agasalho na alma
Amo o verde esperança das matas
O azul pacífico das inquietas águas
A natureza de tantas cores da ilha
As mil cores imaginadas e vividas
Cores de doçura e de força
Numa prece que é pura natureza.


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Canção de Outono Cecília Meireles

Perdoa-me, folha seca
Não posso cuidar de ti
Vim para amar neste mundo
E até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
Pelas areias do chão
Se havia gente dormindo
Sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la
Choro pelo que não fiz
E pela minha fraqueza
É que sou triste e infeliz
Perdoa-me, folha seca
Meus olhos sem força estão
Velando e rogando a aqueles
Que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
Voante pelo jardim
Deixo-te a minha saudade
- A melhor parte de mim
Certa de que tudo é vão
Que tudo é menos que o vento
Menos que as folhas do chão...


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Um névoa de Outono Fernando Pessoa

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]


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Crepúsculo do Outono Manoel Bandeira

O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Diz-se-á que o rio chora a prisão de seu leito...
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.


O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.


Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.


Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale...o horizonte purpúreo...
Consoladora como um divino perdão.


O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.


A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.


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A um moribundo Florbela Espanca

Não tenhas medo, não! Tranquilamente
Como adormece a noite pelo Outono
Fecha os teus olhos, simples, docemente
Como, à tarde, uma pomba que tem sono...

A cabeça reclina levemente
E os braços deixa-os ir ao abandono
Como tombam, arfando, ao sol poente
As asas de uma pomba que tem sono...

O que há depois? Depois?... O azul dos céus?
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?

Que importa? Que te importa, ó moribundo?
- Seja o que for, será melhor que o mundo!
Tudo será melhor do que esta vida...


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Outonear Marta Felipe

Vamos aproveitar para brotar no outono,
estar no outono da vida,
na meia-idade,
passar férias de outono em algum lugar.
Enfim...
precisamos outonear.


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Em mim Leônia Teixeira

Em mim faz verão, inverno, outono, primavera.
Em mim faz frio, calor...
Em mim reside um pouco de tudo, de tudo um pouco:
felicidade, tristeza, alegria, sorrisos, lágrimas.
Em mim habita as flores, as cores, os amores.
Em mim visita a certeza, as incertezas, a verdade, a mentira.
Em mim passeia as lembranças, a saudade, os momentos.
Em mim mora os sentimentos, os enganos e desenganos.
Em mim vive eu, na procura da descoberta de quem
realmente sou!


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