Parte 2 - Primeiras Obras
Entre o fim da década de 1950 e 1960, Yoko Ono realiza obras de cunho conceitual que oscilam entre a introspecção poética e sátira provocadora. Entre elas destacam-se: Painting To See The Skies ("Pintando para ver os céus"), de 1961, uma folha que contém sucintas instruções em japonês de como transformar uma tela convencional em uma espécie de óculos para observação do céu; uma apresentação no Carnegie Recital Hall, onde utilizou microfones para registrar o ruído de descargas de autoclismos ou privadas (performance repudiada pelos críticos de arte de então); "Lightining Piece", de 1955, performance na qual convida os espectadores a observarem a consumação de um palito de fósforo pelo fogo. Este último um esboço do interesse que mais tarde terá em produzir obras e performances que instiguem o observador a se relacionar esteticamente com fenômenos corriqueiros e banalizados pela rotina — uma rejeição do que a vanguarda Fluxus chamava de arte europeizada e ao mesmo tempo uma tentativa de integrar a arte à vida cotidiana, no entanto sem a conotação de artesanato/utilitaridade.
Em 1961, após desentendimento com seu marido, Toshi, retorna ao Japão. A má repercussão de seus trabalhos e a crise conjugal acabam por lhe causar um estado de profunda depressão e é pouco tempo depois internada.
É removida do hospital quando seu amigo Anthony Cox denuncia que ela estava recebendo doses anormais de medicamentos. Uma relação amorosa entre os dois culmina na separação de Yoko e Toshi e no seu casamento com Anthony, com quem veio a ter uma filha, Kyoko Chan Cox, em 1963.
Novos problemas conjugais fazem com o que o casal se distanciasse e Yoko retorna para os Estados Unidos ainda em 1963.