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Mensagens femininas

Permita-se a ser uma melhor a cada dia. Mergulhe no universo feminino e entenda o mais belo das mulheres através das mensagens que separamos.

Toda mulher deveria ler Martha Medeiros

Camille Paglia, em entrevista à revista Veja, disse que as mulheres andam tão estressadas que muitos homens desistem da ideia de casar, e para ilustrar esse ritmo frenético que estamos vivendo, pergunta: alguém lembra de ter tido uma avó agitada?
Vamos por partes.

De fato, ninguém teve uma avó agitada, era outra época e elas se instalavam muito confortavelmente no papel de guardiãs da família. Talvez fossem mulheres plenamente realizadas ou diabolicamente frustradas, quem vai saber? Mas agitadas, não eram mesmo, o que pode ser uma bênção ou uma condenação. A pergunta que devolvo: alguma mulher hoje gostaria de reproduzir a vida que sua avó teve?

No entanto, concordo quando Camille Paglia diz que as mulheres andam estressadas demais, ainda que eu não acredite nessa história de que os homens estão desistindo de casar: todos nós, homens e mulheres, sonhamos em ter uma relação estável e legal. Mas para isso acontecer, não pode haver competitividade, e talvez seja essa a razão do nosso stress: estamos competindo bobamente com os homens, infantilmente com nossas avós e estupidamente com nós mesmas. Ainda desejamos provar para o mundo que "yes, we can". Claro que as mulheres podem tudo, está sacramentado. Mas será que devemos querer tudo? Onde foi parar nosso critério de seleção? Já não sabemos distinguir o que é prioridade e o que pode ficar em segundo plano: tudo virou prioridade. E só uma mulher supersônica consegue ter eficiência absoluta em todos os quesitos: melhor mãe, melhor amiga, melhor filha, melhor namorada, melhor esposa, melhor profissional, melhor dona-de-casa e melhor bunda. É morte por exaustão na certa.

Proponho que a gente dê uma folga para nós mesmas. Vamos mudar de assunto. Que se pare de falar de mulheres que conseguiram engravidar aos 57 anos, que perderam 30 quilos em duas semanas, que beijaram 28 caras em duas noites de carnaval, que aprenderam a ganhar dinheiro sem sair de casa, que visitaram 46 países nos últimos 10 anos, que sobreviveram a tragédias, que conseguiram dominar as melenas, que são executivas completas, que possuem duas centenas de sapatos, que três semanas depois de separar já estão felizes nos braços de outro, que preparam um risoto de "funghi" em 10 minutos, que têm disposição para rolar no chão com os filhos, que assistiram a todos os filmes em cartaz, que aparentam ter 15 anos menos, que exibem uma barriga de tanquinho um mês depois de parir, que lembram trechos inteiros dos clássicos que leram na época da faculdade, que superaram traumas, que arranjam tempo pra fazer pilates, ioga, musculação e drenagem linfática. Dá orgulho, eu sei, mas é uma competência e uma autopromoção que beira o irreal.

Estou com saudades de ler e ouvir sobre as adoráveis qualidades dos homens. Eles merecem voltar a serem valorizados. Isso ajudaria a reduzir nosso stress e a nos dar uma situada. Com menos holofotes, deixaremos de nos cobrar tanto e recuperaremos um pouco da paz de nossas avós.


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Toca a vida!

A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto.

Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve.

Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.


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Toda Mulher Tem Um Pouco Tati Bernardi

De puta, de criança, de maluca. Toda mulher tem um pouco. Falo por mim porque vivi pouco tempo para fazer afirmações maiores. Falo por mim porque estou egoistamente presa na minha própria descoberta e existência. Mas pelo que tenho visto por aí, toda mulher tem um pouco de tudo. E como é difícil ser feliz com tantos poucos para agradar. Fora os milhares de hormônios que tornam cada um desses poucos mais do que dá para aguentar. E a cada suspiro, meus poucos se atrapalham: estou feliz ou com medo?

Estou cansada ou excitada? Estou carente ou encantada? Estou fria ou fugida? Numa única noite, eu fui um pouco tudo, eu quis um pouco de tudo. Quando alguém vai acompanhar meu ritmo? Eu quis que ele não soubesse meu nome, depois quis ter o dele logo depois do meu. Eu quis que ninguém soubesse de tamanha traição. Depois, quis gritar na janela como o proibido era sopro no meu coração.

Eu quis sentir o poder de abalar com a vida dele. Depois, quis que ele voltasse direitinho pra casa e esquecesse que existe a fraqueza. Eu quis ele por uma aventura, uma risada, uma distração. Depois quis o colo dele para sempre, mas fiquei com o meu pouco puta estampado na cara. Como eu preciso ser amada, meu Deus, pra parar de dar de bandeja o meu sorriso por aí. Eu tenho meu pouco criança estampado em cada linha que escrevo e em cada bobeira que falo na espera de atenção. Maluca? Nas raras vezes que sou séria, me sinto tão maluca que devo ser sempre maluca. De pouco em pouco encho o papo de ansiedade.

Quando o muito virá? Eu nunca poderia ser feliz sem meu pouco trágica. Eu nunca posso estar satisfeita sem meu pouco idealista e eu nunca poderei ser mulher porque ainda falta pouco, muito pouco, mas eu sei que sempre faltará. Me completo de poucos, mas sigo esperando demais de tudo. Comida para cada um desses poucos que são buracos na minha alma. Meu pouco puta, safada, tarada não tem um pingo de compostura. Meu pouco criança sofre e se diverte com o meu pouco louca. Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança. Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz.

Cada pouco espera o colo, a excelente trepada, o beijo silenciador de neuroses, o abraço aquecedor de angústias. Cada pouca criatividade espera o salário digno, o carro novo, o cheiro de cada coisa minha conquistada. Corro no desespero desses dias, da vida que virá, dos sonhos realizados, da felicidade, do sorriso banguelo da pureza infinita de um ser gerado por mim. Da luz. Meu pouco pessimista sabe que nada disso pode acontecer. Mas sigo com meu pouco otimista, aprendendo que ele a cada dia aumenta um pouco. Quem em cada pouco põe tudo que é, merece ser feliz.


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O mito da mulher misteriosa Tati Bernardi

Com certeza você já deve ter visto uma dessas ou no seu trabalho, grupo de amigos ou mesmo andando nas ruas. Talvez você até mesmo seja uma dessas mulheres. É fácil reconhecer a mulher misteriosa. Ela jamais atende o celular na sua frente. Se levanta e vai atender bem longe de você. E você não sabe se ela está narrando alguma postura do Kama Sutra ou uma receita de bolo de fubá da vovó. O toque do seu celular é discretíssimo e você nem percebe que ela saiu de perto pra atender. Porque ela também é discretíssima. Por que terminou o namoro da mulher misteriosa? Ela enjoou dele? Levou um pé na bunda? O cara morreu? Ela está sofrendo? Você nem sonha. Ela não conta nem pro terapeuta. Aliás, você também jamais vai descobrir se existe um terapeuta. Sua idade é entre 25 e 38 anos. Não dá pra saber só de olhar. Seu rosto se desfaz em segundos. Talvez ela more nos Jardins. Pinheiros. Veio de Curitiba. Ela é carioca? É ali por perto, você acha. Seu carro é preto ou cinza, quase certeza. Ela gosta de música, porque vive de I-pod. Mas o que será que ela escuta? Nada. Você não sabe absolutamente nada da mulher misteriosa. Quando você a encontra no banheiro, dá um segundo e ela desapareceu. E você, louca pra descobrir, ao menos, a marca da sua pasta de dente. Numa mesa de bar com conversa animada ela se limita a sorrir. Numa festa importante ela se limita a aparecer por minutos e desaparecer em segundos. Em um show, ela jamais canta as letras, rebola, comemora, fica suada. Aliás, quem é que já encontrou ela em algum show? Ou em algum lugar? Mas era ela, não era?Dizer seu nome em vão parece até um pecado. Ela nunca fala de ninguém e muito menos dá assunto para alguém falar dela. Não se tem nada a dizer dessa mulher. Mas, para desespero geral de todas as outras mulheres, o mundo não tem outro assunto. Todos os homens desejam loucamente a mulher misteriosa. Todas as mulheres desejam loucamente a mulher misteriosa. Sua personalidade incerta acaba se tornando uma personalidade fortíssima e seu jeito anulado acaba se tornando um espaço gigantesco para todos imaginarem o que bem quiserem. E eu, como estava dizendo, sempre quis ser dessas mulheres imperfuráveis, inatingíveis, inaudíveis e incompreensíveis. Mas nunca consegui. Quando vou ver, já contei minha vida pra primeira pessoa que me deu um pouco de atenção. Já tô rindo alto no restaurante porque não me controlei e fiquei feliz demais. Já escrevi um texto sobre o fulaninho da terça passada e publiquei numa revista. E o fulaninho tá morrendo de medo porque escrevi que gosto dele. E se alguém perguntar, vou dizer mesmo que gosto dele. E se ele não gostar de mim, minha tristeza não será segredo para ninguém. E minha pasta de dente é para deixar os dentes branquinhos. E quando vou ver, lá se foi a mulher misteriosa que eu gostaria tanto de ser. Porque eu jamais poderia ser uma. E sofri anos com isso. Até que resolvi conviver de perto com algumas mulheres misteriosas para tentar descobrir o que se passa na cabeça e na alma desses seres incríveis que nunca têm nada a dizer, a doer, a aconselhar, a cantar, a dançar, a morrer de rir, a fofocar, a detalhar, a exagerar, a sonhar, a dividir, a acrescentar. E descobri que a coisa era muito mais simples do que eu imaginava: nada. Não se passa nada de relevante nem na cabeça e nem na alma dessas mulheres. As mulheres misteriosas, tão admiradas e desejadas, não passam de mulheres sem a menor graça. Elas não calam por mistério, charme ou discrição. Calam porque simplesmente não há nada mais sábio que elas possam fazer.


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Amor Bomba Martha Medeiros

Aquele amor poderia ter me matado
Como mata centenas de mulheres por aí

Certos amores não passam
De uma bomba a ser desativada a tempo.


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Não Preciso Bruno Ernica

Não preciso te acordar ou ser acordado todos os dias com uma mensagem para que saibas que eu amo, que eu amava, que amarei ou o que deixei de amar em você. Não preciso colocar uma bandeja em cima do seu colo com suas guloseimas prediletas, enquanto te dou um beijinho na testa, e saio pra trabalhar. Não preciso deixar um bilhete na geladeira com um "Eu Te Amo" escrito com caneta Bic vermelha, preso com um imã de joaninha feito de biscuit, não preciso.

Não preciso te ligar na hora do meu almoço pra falar que comi salmão e aprendi a usar o hashi, e nem que quase fui atropelado porque atravessei com o farol verde. Eu também não preciso te mandar e-mails todos os dias perguntando o que você fará no final do dia, pois eu sei que em todos os finais de dia estão nos seus planos me encontrar. Não preciso perguntar se quer ir ao cinema ver uma nova comédia romântica super-clichê, da qual não prestaremos atenção no enredo, pois estaremos preocupados em falar como o ator ‘X’ envelheceu e como a atriz ‘Y’ engordou.

Não preciso te ligar nos finais de semana para saber se você está com saudades, pois eu sei que está (já que eu também estou), e morri de ansiedade roendo todas as minhas unhas enquanto aguardava uma ligação sua, a mesma que eu acabei fazendo, pois nunca soube esperar. Não preciso perguntar se quer ir comigo trocar uma roupa no shopping, pois mesmo cansando de me ver trocar tudo o que compro, e fazendo uma cara emburrada, eu sei que você fica feliz enquanto fico provando roupas na sua frente. Não preciso pedir pra dormir de conchinha comigo, pois antes d’eu pensar na hipótese, você já deixou a minha cama arrumada para que caibamos nós dois.

Não preciso combinar de irmos ao parque num domingo ensolarado para tirarmos fotos rolando na grama, pois você sempre aparece com a câmera quando o dia mal amanheceu. Não preciso de filmes em noites chuvosas com pipoca e edredom, nem de que você cuide de mim quando estou com a sinusite atacada ou a enxaqueca não quer passar. Não preciso de passeios com balões coloridos, sorvetes de vários sabores, balas de goma ou jujubas. Não preciso mesmo. Não preciso de nada disso. Não precisa.

Eu não preciso te escrever um texto bonito para que você saiba o que eu sinto, nem muito menos gritar aos quatro ventos o que eu deixei de sentir. Eu preciso apenas de uma coisa: não ter você, pois só assim eu saberei do que preciso.


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Mais uma bobagem sobre o amor

Sabe todas as coisas que você já leu sobre o amor por aí? Esquece. Quando acontecer, absolutamente nada daquilo fará a menor diferença. Rimas e versos que agora perfuram seu coração, não servirão como estudo ou escudo. Seja qual for seu tempo de guerra, o amor vai te desarmar. Aos poucos ou em alguns segundos. Intensamente ou sem você nem perceber. Bad News: Não existe antídoto.
Então, o que fazer? Lutar.

Cansei de ler (e escrever) receitas sobre como fazer dar certo. Sobre como seguir em frente e superar. Quer saber? Esses textos são só palavras que dizem o que todo mundo já sabe: O importante é ser feliz. O tempo vai te mostrar que o pra sempre não existe. Que o amanhã de ontem é hoje. Agora.
Ainda não é tarde, mas pode ser daqui a um segundo.

Então, se você tem alguém especial que quando te abraça, faz alguma coisa por dentro tremer, aproveite. Cedo ou tarde você vai entender que príncipes encantados são sempre inventados. Por isso, tente comparar menos. Nenhuma história acontece duas vezes da mesma maneira. Nem a mesma.
Saber a resposta não muda a pergunta.

Às vezes, vale a pena perder a razão por um sorriso ou dar a razão para evitar uma lágrima. Sem essa de certo ou errado. Você tem a chance de se transformar em uma idiota dizendo sim ou dizendo não. É relativo. Aliás, no amor, tudo é. Até o adeus.


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Deixa disso, menina!

Vi você outro dia em um canto sozinha. Estava triste e pensativa. Faltava algo. Na hora, pensei em chegar perto para perguntar se alguma coisa havia acontecido. Mesmo com a nossa distância e aquelas palavras ditas no fim do inverno, me preocupava com você. Antes de ir, me perguntei onde ele poderia estar. Queria ter certeza que não chegaria e não nos encontraria juntos. Sabe-se lá porque, ele fez da nossa amizade um erro. Você, infelizmente, acreditou. Instantes depois, ele chegou e te puxou pra perto. Em silêncio, seguiram juntos. Te vi sumir, não no horizonte, ao lado dele. Pra bem longe.

Então, naquele momento decidi que escreveria essa carta. Sei que você já não me escuta, mas se ainda se importar, quero que leia com atenção e se lembre de como era sua vida há três anos.
Antes de tudo, desliga logo esse celular. Não precisa mais esperar aquela ligação pra sempre. Às vezes, ele simplesmente não se importa ou por saber que você estará sempre do outro lado da linha, demora tanto. Por acaso, adianta passar por cima de tudo o que sente por um final feliz que só dura uma noite? Aposto que agora mesmo você está aí pensando em como será a próxima discussão, com o coração picado e misturado com pequenos cacos de vidro que ele, repito ELE, deixou cair. É sempre o mesmo do mesmo, como não se cansa?
Te vejo perdendo-se todos os dias, cada vez mais e mais. Não sei o que você enxerga no espelho, mas te juro, essa realmente não é você ou quem você planejou ser.

Sabe, dia desses lembrei de quando você era realmente sozinha. Da maneira que sorria sem medo de estragar tudo. Do batom vermelho e dos sapatos com estampa de estrela. Você ainda os guarda em algum lugar ou se desfez porque ele achava que brilhavam demais? Eu amava você assim.

O que o amor fez com você, menina? Que desperdício de alma, de tempo, de vida. Aprende logo pra sofrer menos e se gostar mais: o amor não é uma gaiola. Muito pelo contrário, ele liberta. Nos permite ser tudo aquilo que queremos ser. Sair finalmente da nossa triste solidão interior e mostrar pra alguém o que poucos sabem.

Não estranhe essas palavras escritas de mau jeito em um pedaço de papel qualquer. Só queria te fazer entender que não existem motivos pra você gastar um segundo amando quem não ama quem você é. Agora mesmo, tantas histórias estão sendo escritas, e você continua aí, vivendo de lembranças que nem existiram de verdade. Contentando-se com restos e abraçando quem só te vira as costas. Deixa disso logo, menina!


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Modo de usar-se

"Coitada, foi usada por aquele cafajeste." Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto, a coitada em questão financiou algum malandro ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for.

Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe, mais ou menos, onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco.
Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar. Nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer.

Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde.
Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas.
Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto.

E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviúve de si mesmo, ninguém morreu.

Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.
Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará. E você virará assunto de beira de praia.


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O Mulherão Martha Medeiros

Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1,80m, siliconada, sorriso Colgate. Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Leticia Spiller, Malu Mader, Adriane Galisteu, Lumas e Brunas. Agora, pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa, encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome. Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais.

Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta e uma família todos os dias da semana. Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento. Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista. Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos para a natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para a cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz. Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa pra fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão. Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa, TPM, menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.
LUMAS, BRUNAS, CARLAS, LUANAS E SHEILAS: Mulheres nota dez no quesito lindas de morrer, mas MULHERÃO É QUEM MATA UM LEÃO POR DIA!


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