Ficamos tão bobos… Ficamos assim: noites acordados sonhando de olhos abertos, falando alto sem perceber, com fome demais, com fome de menos, borboletas em revoada na barriga, química a mil no cérebro. Amar é colocar para funcionar um poderoso laboratório farmacêutico dentro do peito, um despejar de substâncias no cérebro, todas capazes de nos fazer transcender a própria realidade.
Aprenda mais sobre esse sentimento universal: o amor
O amor é capaz de despertar a produção de uma série de substâncias no corpo, dentre elas alguns importantes neurotransmissores, moléculas que atuam diretamente no sistema nervoso e, portanto, na forma como se percebe o mundo que nos cerca. Isso significa dizer que o amor altera a forma como as informações vindas do mundo exterior nos atinge. Fica tudo mais colorido, mais cheiroso, mais musical. A melhor forma de se entorpecer é amar.
A paixão bateu tão forte que até a vontade de chocolate diminuiu? Não se preocupe, você não está ficando louco, é só a feniletilamina invadindo seu cérebro. Ela é quase uma anfetamina natural, capaz de potencializar os efeitos de outras substâncias. Em outras palavras: as sensações e sentimentos ganham um brilho adicional e uma intensidade diferente. A saudade parece insuportável e a alegria parece infinita. E todas as nuances do que é possível sentir só porque o seu amor existe passam de nuances a emoções profundas e verdadeiras.
O telefone apita e, daquela mensagem em diante, parece que tudo mudou, ficou mais vivo e mais presente. Às vezes foi só um emoji ou uma mensagem boba, mas veio da pessoa amada. E só por isso a descarga de estímulos que a emoção causa no cérebro é suficiente para afetar todos os sentidos. O olfato é o principal deles: cheiros que antes não seriam percebidos, não só o são, como gravam na memória aquele momento especial. E o cheiro da pessoa amada vira a chave que abre a porta da esperança e da felicidade.
Desvende o amor em todas as suas formas!
O amor nos invade e eis que adquirimos memória seletiva! Não lembramos o que comemos ontem, mas não esquecemos as coisas mais bobas do passeio com a cara-metade no ano passado. Insanidade? Não, amor mesmo. E noradrenalina estimulada por ele. Nossa memória é diretamente ligada às nossas emoções. A noradrenalina, liberada em maior quantidade quando amamos, é responsável por estimular esse processo, além de acelerar o batimento cardíaco e causar aquele rubor instantâneo por quase tudo que a pessoa amada faz.
Amar amplia nossa capacidade de sentir prazer. Há um prazer imenso nos toques mais simples. Dar as mãos, fazer um cafuné, um abraço... Só de ver a foto do ser amado, a sensação é tão boa que procuramos mais e mais. É tão inexplicável que parece loucura, embora não seja nem uma coisa nem outra. Amar produz dopamina, responsável pela sensação de prazer. Por causa dela, tudo o que se liga ao objeto desse amor estimula essa produção: a voz, o cheiro, a imagem, o toque... Por isso é que fazer juntos atividades prazerosas, como comer ou ver um filme, é tão viciante.
Por que será que é só a gente ficar apaixonado para toda e qualquer coisa remeter a isso? Uma das culpadas pode ser a serotonina. Níveis diferenciados de seretonina estão ligados aos processos de depressão e compulsões. O amor e a paixão alteram os padrões de liberação de serotonina na corrente sanguínea, o que mexe com os mesmos mecanismo. Se, por um lado, a baixa da serotonina em alguns momentos potencializa comportamentos obssessivos, por outro, a alta promove uma profunda sensação de bem-estar.
Será que é amor? Descubra com essas mensagens
Num dia se acha que ama demais a pessoa, mas basta uma noite dormindo de conchinha para que na manhã seguinte se ame ainda mais! O que parecia impossível é sempre incontrolável. Não é loucura, é a oxitocina, a chamada droga do amor. A oxitocina é um neurotransmissor muito presente no processo de maternidade, em especial no parto e na amamentação. Ela também está presente nos relacionamentos duradouros repletos de amor e carinhos, pois é no contato pele a pele que ela se renova. Não é à toa que amor de mãe é um dos mais fortes e incríveis que existe.
O verdadeiro amor é como uma grande orquestra tocando para a nossa alma cansada. São muitos elementos químicos agindo constantemente em nosso corpo, traduzindo ou tentando traduzir tudo que o que alma sente por ter encontrado outra alma tão especial. Não é apenas um hormônio ou um neurotransmissor fazendo seu trabalho. É, na verdade, o conjunto e a interação deles, que fazem o corpo um time a serviço do amor.
Muita gente acredita que a química explica tudo o que nos acontece quando a paixão desperta e o amor nos alcança. O fato é que a própria ciência reconhece que não é só isso: há muito mais fatores envolvidos. Se perdemos a cabeça, jamais perderemos o coração se confiarmos no amor.
Entenda as sensações que a química do amor pode despertar