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Poemas Cátulo

Poeta romano da época do período republicano, Cátulo era conhecido por ser controverso e ao mesmo tempo sofisticado em suas obras. Aprecie um pouco de sua obra aqui.

1º Ato Cátulo

S. Pedro
Que é isto?! Aqui? No Céu?! Profanação!!
Boêmio
Senhor! Não repareis! É uma surpresa!
Venho, apenas, cantar, festivamente,
em vosso aniversário uma canção!
S. Pedro
Mas na casa de Deus?!... E com um violão?!
Retire-se daqui!
Boêmio
Senhor, perdão!
Que havia de trazer-vos em um dia
tão grande, tão bonito, como o vosso,
de tanto amor, tanta recordação?!
Eu vos chamo, Senhor, vossa atenção.
Este instrumento representa a Música,
esta flor, que colhi no mato virgem,
representa a formosa Natureza,
os versos do meu canto representam
a divina Poesia, e essa trindade
não merece, Senhor, vosso desdém!

Pois Natureza, Música e Poesia
são as únicas coisas de sublime
que o mundo, de onde venho, em si contém.
Se eu venho tão somente com um violão,
é porque, desde que desencarnei,
desde hoje de manhã, desencarnando
vaguei por toda a Terra, procurando
uns músicos, que, enfim, não encontrei,
para, enquanto fizésseis vossas preces,
como estáveis fazendo, agora mesmo,
oferecendo a Deus a vossa oblata,
entrássemos no Céu, com uma cantata,
com cavaquinhos, flautas e violões
acompanhando as vossas orações,
com uma bela e saudosa serenata.


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CARMEM 32 Cátulo

Eu te peço, minha doce Ipsitila,
Delícia e encanto deste meu viver:
Convida-me a passar contigo a sesta.
Caso me convidares, cuida bem
De que não ponham tranca em tua porta
E não te dê vontade de sair.
Fica em casa, tranquila, praparando-te
Para nove trepadas sucessivas.
Se preferires, vou agora mesmo:
Almocei bem e ora farto, ressupino,
Furo, de impaciência, túnica e toga.


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LXX Cátulo

Minha mulher diz que prefere ninguém mais
Do que eu para se casar, caso o próprio
Júpiter não se imponha. Assim ela tem dito:
Mas o que uma mulher diz ao amante
Apaixonado deveria ser escrito
Sobre o vento e na água torrencial.


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101 Cátulo

Depois de transpor muitos povos e muitos mares,
eu chego, irmão, a estas tristes exéquias
para trazer-te a derradeira oferenda fúnebre
e falar, mas em vão, à tua cinza muda,
já que a Fortuna, ai!, me separou de ti mesmo
e indignamente te arrebatou de mim.
Agora, porém, conforme à velha tradição
dos antepassados, aceita a magoada
oferenda fúnebre regada de fraterno
pranto, e para sempre, irmão, adeus e salve.


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Gozemos a vida, Lésbia Cátulo

Gozemos a vida, Lésbia, fazendo amor,
desprezando o falatório dos velhos puritanos.
A luz do sol pode morrer e renascer
mas a nós, quando de vez se nos apaga a breve luz da vida,
resta-nos dormir toda uma noite sem fim.
Beija-me mil vezes, mais cem;
outras mil, outras cem.
Depois, quando tivermos ajuntado muitos milhares,
vamos baralhá-los, perdendo-lhes a conta,
para que nenhum invejoso, incapaz de contar beijos tantos,
possa mau-olhado nos lançar.


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Talo, ó paneleiro Cátulo

Talo, ó paneleiro, mais mole que pêlo de coelho,
que medula de ganso, que lóbulo de orelha,
que a porra flácida dum velho e que uma teia de aranha;
ó tu, que és ao mesmo tempo mais rapinante que a túrbida procela,
quando a lua os putanheiros bocejantes alumia,
restitui o manto que me roubaste
e o lenço se Sétabis e os bordados da Bitínia,
que tens o hábito de ostentar, imbecil, como bens de família.
Desgruda-mos já das tuas unhas e devolve-os,
para que chicotadas queimantes te não marquem de indignidade
o brando flancozinho e as delicadas mãozinhas,
e não estues insólito como frágil barquito
por um vento raivoso em mar grosso apanhado.


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O Marruêro Cátulo

O canto alegre dos galo
no sertão amiudava!...
Nos taquará das lagoa
as saracura cantava!...

Cantando passava um bando
das verde maracanã!
Fermosa, cumo a cabôca,
Vinha rompendo a minhã!

O vento manso da serra,
vinha acordando os caminho!
Vinha das mata chêrosa
um chêro de passarinho!...

Lá, no fundo duma gróta,
adonde um córgo gimia,
gragaiava as siriêma
cum o fresco nacê do dia.

Uma araponga, atrepada
num braço de mato, im frô,
gritava, como se fosse
os grito da minha dó!!

E a sabiá, lá nos gaio
da larangêra, serena,
cantava, cumo si fosse
uma viola de pena!

Um passarinho inxirido,
mardosamente iscundido
nas fôia de um tamburí,
satisfeito, mangofando,
de mim se ria, gritando
lá de longe: "bem te vi"!

Chegando na incruziada,
despois do dia rompê,
sipurtei o meu segredo
num véio tronco de ipê.

Dênde essa hora, inté hoje,
eu conto as hora, a pená!...
Eu vórto a sê marruêro!
Vou vivê com os marruá!

Eu tinha o corpo fechado
prá tudo o que é marvadez!
Só de surucucutinga
eu fui mordido três vez!...

Dos marruá mais bravio,
que nos grotão derribei,
munta pontada, sá dona,
munta chifrada eu levei.

Prá riba de mim, Deus pode
mandá o que ele quizé!

O mundo é grande, sá dona!...
Grande é o amô!... Grande é a fé!

Grande é o pudê de Maria,
isposa de São josé!...
O Diabo, também, sá dona,
foi grande!... Cumo inda é!!!

Mas porém, nada é mais grande,
mais grande que Deus inté,
que uma cornada dos chifre
dos óio duma muié...


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CARMEM 56 Cátulo

Mas que coisa mais ridícula e jocosa,
Digna, Catão, do teu riso e teus ouvidos.
Ri, pois, tanto quanto amas, Catão, Catulo,
Que a coisa é assaz ridícula e jocosa.
Há pouco vi um menino e uma menina
Engatados; e então nele, praza a Vênus,
De pronto engatei a minha vara rija.


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