Quando olhei pra você naquela estação de trem, meu mundo parou. Vi toda nossa vida. Todo nosso futuro. E, mais importante, soube que tinha encontrado minha pequena eternidade particular.
Talvez a gente saiba quando é pra ser. Quando realmente vai ser pra sempre, sabe? Talvez quando você tocou seus dedos nos meus, eu tenha entendido o que significa amar. Só talvez.
Eternidade é saber que você vai lavar a louça todo dia. Que te farei café e você vai me buscar no trabalho. Eternidade é te olhar e saber que o tempo pode passar, a chuva pode chover e, mesmo assim, meus olhos sempre vão sorrir ao te encontrar.
Pra sempre é quando alguém segura sua mão durante um filme de terror. Limpa suas lágrimas num momento de tristeza e, mais importante, te compra chocolate numa sexta-feira à noite. Amor é simples e a eternidade mora nos detalhes.
Lembra quando você levantou no meio da noite só pra apagar a luz? Ou quando trouxe água pra mim enquanto eu fazia a unha? Bem, foram momentos importantes. Ali, eu tive certeza de que a gente seria eterno — afinal, cuidado é amor. Daqueles que iluminam a gente, sabe?
Amor eterno é aprender sair para fazer pipoca no meio do filme. É lavar a louça no frio e deixar o outro ficar com a maior parte da coberta. Amor eterno é leve e companheiro.
A vida é engraçada, né? O amor tá aqui, bem na nossa frente. Rindo e sorrindo da nossa cara. Tá levando o que é ruim e transbordando nossa intimidade. Tá esquecendo da ventania lá fora e trazendo teu sorriso pra dentro. O amor tá aqui — em todos os anos que se passaram e se passarão contigo ao meu lado.
Sorrateiro, você chegou sem avisar. Puxou minha coberta, usou minha escova de dentes e roubou minhas meias. Sem querer, foi deixando pedacinhos de você em mim. Agora, não sei quem sou eu nem quem é você. Sei só que somos nós. Hoje. Sempre.
Amor eterno é aquele que te bagunça por dentro. Deixa o tênis espalhado pela casa, esquece de levar o banheiro, mas diariamente te presenteia com um toque especial: seja com uma bela faxina ou uma pipoca.
Nasci inteira. Me criei. Me cuidei. Me preenchi. Quando você apareceu, me transbordou. Encheu minha casa com teu cheiro e ficou. No meu sofá. Na minha cozinha e, principalmente, no meu olhar.
Esqueci meu chinelo na sua casa. Minha roupa na sua cama, meu orgulho no seu banheiro. Esqueci meus problemas no seu guarda-roupas e, nestas noites estreladas, sei que terei incontáveis dias para reaver meus pertences.
Dizem que gatos não gostam de qualquer um. Que sabem quando alguém tem bom coração. Bem, minha pequena não sai da sua cabeça, da sua perna, da sua barriga. E você, ah, também não sai do meu coração.
Você apareceu na minha porta encharcado. A chuva te levou de ti. Lavou os problemas e trouxe a sorte. Um amor tranquilo. Um abraço quente. Daqueles que transpassam a gente e ficam. Só ficam.
O sempre está nas pequenas coisas. Naquele olhar sincero no meio da rua. No beijo inesperado no cinema. No entrelaçar de dedos no colégio. Amor é facilidade, companheirismo e simplicidade.
Eu soube que era você quando, ao em vez de rosas, você me deu balinhas. Quando me fez cafuné durante a gripe e, principalmente, quando segurou minha mão na hora de tomar injeção. Você sempre esteve aqui — e sei que sempre estará.