Vontade divina
João Calvino
Não busquemos a causa em parte alguma, senão na vontade divina.
Bondade infinita
João Calvino
Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, ele quis fazer conosco: recebeu nossa pobreza, e nos transferiu suas riquezas; levou sobre si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o seu poder; assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a sua imortalidade; desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do homem, e nos fez filhos de Deus.
Quando ele [Deus] nos adotou como seus filhos, seu desígnio era acalentar-nos, por assim dizer, em seu próprio seio.
Pelo contrário
João Calvino
Os crentes não oram com a intenção de informar a Deus a respeito das coisas que ele desconhece, ou para incitá-lo a cumprir o seu dever, ou para apressá-lo, com se ele fosse relutante. Pelo contrário, eles oram para que assim possam despertar-se e buscá-lo, e assim exercitem sua fé na meditação das suas promessas, e aliviem sua ansiedades, deixando-as nas mão dele; numa palavra, oram com o fim de declarar que sua esperança e expectativa das coisas boas, para eles mesmos e para os outros, está só nele.
Nós estamos conscientes
João Calvino
Nós estamos conscientes de nossa própria debilidades, e desejamos desfrutar a proteção de Deus, Aquele que pode manter-nos invencíveis diante de todos os assaltos de Satanás.
Maneira Correta
João Calvino
Não oraremos de uma maneira correta a menos que a preocupação por nossa própria salvação e zelo pela glória de Deus sejam inseparavelmente entrelaçados em nossos exercícios.
Habitar em nós
João Calvino
Ainda que o pecado não reine, ele continua a habitar em nós e a morte é ainda poderosa.
Nossa desumanidade
João Calvino
Não fechemos, pois, por nossa desumanidade, a porta da misericórdia de Deus, a qual se apresenta a nós tão liberalmente.
Acesso a Deus
João Calvino
Somente aqueles que têm acesso a Deus, e que vivem uma vida santa, é que são seus genuínos servos.
Muitas Vezes
João Calvino
Muitas vezes o Senhor põe abaixo as deliberações dos seus santos... para que eles fiquem na inteira dependência da sua providência.
Nossa fé não tem que estar fundamentada no que nós tenhamos pensado por nós mesmos, senão no que nos foi prometido por Deus.
Desejo fervoroso
João Calvino
Todo crente deve ter desejo fervoroso de contar com Deus em cada momento de sua vida.
A igreja será sempre libertada das calamidades que lhe sobrevém, porque Deus, que é poderoso para salvá-la, jamais suprime dela sua graça e sua bênção.
Providência Divina
João Calvino
Aquele que confia ma providência divina deve fugir para Deus com orações e forte clamor.
Para que tenhamos aqui bom equilíbrio, devemos examinar a Palavra de Deus, na qual temos excelente regra para o entendimento firme e correto. Porquanto, a Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual assim como nada que seja útil e salutar conhecer é omitido, assim também não há nada que nela seja ensinado que não seja válido e proveito saber.
Dupla consolação
João Calvino
Note-se que a fé mune-se de dupla consolação com o poder de Deus. Primeiro, porque sabe que ele tem amplíssimo poder e disposição para fazer-nos bem, visto que o seu braço se estende para reger e governar todas as coisas, que o céu e a terra lhe pertencem, e que também é dele o senhorio. E toda criatura depende de sua boa vontade aplicada a levar avante a salvação dos crentes. Segundo, porque vê que em sua proteção há segurança suficiente, visto que todas as coisas que poderiam frustrá-lo estão sujeitos à sua vontade. E que o Diabo é reprimido por sua vontade, como que por rédeas - ele e todas as suas maquinações. Em resumo, porque tudo quanto poderia contrapor-se à nossa salvação é submisso a seu comando.
Os homens jamais encontrarão um antídoto para suas misérias, enquanto, esquecendo-se de seus próprios méritos, diante do fato de que são os únicos a enganar a si próprios, não aprenderem a recorrer à misericórdia gratuita de Deus.
Seja o que for
João Calvino
Seja o que for que Deus tenha que fazer, inquestionavelmente o fará, se ele o tiver prometido.
Por meio da fé
João Calvino
Por meio da fé, Cristo nos é comunicado, através de quem chegamos a Deus, e através de quem usufruímos os benefícios da adoção.
A fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de se não somente de Deus, senão também de sua divina vontade.
Nada é mais solicitamente intentado por satanás do que impregnar nossas mentes, ou com dúvidas, ou com menosprezo pelo evangelho.
Verdade e vida
João Calvino
Felizes, porém, são aqueles, que abraçam o evangelho e firmemente permanecem nele! Porque ele – o evangelho, fora de qualquer dúvida, é a verdade e vida.
Guardemos na memória
João Calvino
Seja qual for a maneira em que Deus se agrada em socorrer-nos, ele não exige nada mais de nós senão que sejamos agradecidos pelo socorro e o guardemos na memória.
Nenhuma de nossas obras
João Calvino
Sabemos não haver nenhuma de nossas obras que, à vista de Deus, seja considerada perfeita ou pura e sem qualquer mácula de pecado.
Ninguém possui coisa alguma, em seus próprios recursos, que o faça superior; portanto, quem quer que se ponha num nível mais elevado não passa de imbecil e impertinente. A genuína base da humildade cristã consiste, de um lado, em não se presumido, porque sabemos que nada possuímos de bom em nós mesmos; e, de outro, se Deus implantou algum bem em nós, que o mesmo seja, por esta razão, totalmente debitado à conta da divina Graça.
Diáfana clareza
João Calvino
Exatamente como se dá com pessoas idosas, ou enfermas dos olhos, e tantos quantos sofram de visão embaraçada, se puseres diante delas mesmo um vistoso volume, ainda que reconheçam ser algo escrito, contudo mal poderão ajuntar duas palavras; ajudadas, porém, pela interposição de lentes,. Começarão a ler de forma distinta. Assim a Escritura, coletando-nos na mente conhecimento de Deus que de outra sorte seria confuso, dissipada a escuridão, nos mostra em diáfana clareza o Deus verdadeiro.
Mas, visto que todo homem é indigno de se dirigir a Deus e de se apresentar diante de sua face, a fim de nos livrar da vergonha que sentimos ou que deveríamos sentir, o Pai celeste nos deu seu Filho, o nosso Senhor Jesus Cristo, para ser o nosso Mediador e advogado para com ele, para que, por meio dele, pudéssemos aproximar-nos livremente dele. Como isso nos certificamos de que, tendo tal Intercessor, o qual não pode ser recusado pelo Pai, também nada nos será negado de tudo o que pedirmos em seu nome. Seguros também de que o trono de Deus não é somente trono de majestade, mas também de sua graça, podendo nós comparecer perante ele com toda a confiança e ousadia, em nome de Mediador e Intercessor, para rogar misericórdia e encontrar graça e ajuda, em toda necessidade que tivermos.