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Trechos de Música do Criolo

Artista que vive música e pensa rap ininterruptamente, Criolo é responsável pelo hit "Não existe amor em SP". Seu trabalho tem traços de MPB, frases poéticas e muita discussão social. Confira algumas das letras do rapper paulistano.

05/09/1975
Cálice Criolo

Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita
E é capaz de tudo pra manter sua brisa

Os saraus tiveram que invadir os botecos
Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio
E uma gente que se acha assim muito sabida

Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai

A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai

Pai
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai
Pois na quebrada escorre sangue


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Convoque seu Buda Criolo

Convoque seu Buda!
O clima tá tenso
Mandaram avisar que vão torrar o centro
Já diz o ditado, apressado come cru
Aqui não é GTA, é pior, é Grajaú

Sem pedigree, bem loco
Machado de Changô fazer honrar seu choro
De UZI na mão, soldado do morro
Sem alma, sem perdão
Sem Jão, sem apavoro

Cidade podre, solidão é um veneno
O Umbral quer mais Chandon, heróis crack no centro
Na tribo da folha favela desenvolvendo
No Jutso secreto Naruto é só um desenho
Uns cara que cola pra ver se cata mina
Umas mina que cola e atrapalha ativista
Mudar o mundo do sofá da sala, postar no Insta
E se a maconha for da boa que se foda a ideologia

Nin Jitsu, Oxalá, capoeira, jiu jitsu
Shiva, Ganesh, Zé Pilin dai equilíbrio
Ao trabalhador que corre atrás do pão
É humilhação demais que não cabe nesse refrão

E se não resistir e desocupar
Entregar tudo pra ele então, o que será?
E se não resistir e desocupar
Entregar tudo pra ele então, o que será?

Sonho em corrosão, migalhas são
Como assim bala perdida? O corpo caiu no chão!
Num trago pra morte cirrose de depressão
Se o pensamento nasce livre aqui ele não é não

Sem culpa católica, sem energia eólica
A morte rasga o véu, é o fel vem na retórica
Depressão é a peste entre os meus
Plano perfeito pra vender mais carros teus
A beleza de um povo, a favela não sucumbi
Meu lado África, aflorar, me redimir
O anjo do mal alicia o menininho
Toda noite alguém morre
Preto ou pobre por aqui.


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Ainda há tempo Criolo

Cê quer saber? Então, vou te falar
Por que as pessoas sadias adoecem?
Bem alimentadas, ou não
Por que perecem?
Tudo está guardado na mente
O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente
Eu tô falando é de atenção que dá colo ao coração
E faz marmanjo chorar
Se faltar um simples sorriso, às vezes, um olhar
Que se vem da pessoa errada, não conta
Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa
E o que te faz feliz também provoca dor
A cadência do surdo no coro que se forjou
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função, quando percebe que é amado
E as pessoas se olham e não se falam
Se esbarram na rua e se maltratam
Usam a desculpa de que nem Cristo agradou
Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor?

'As pessoas não são más, mano, elas só estão perdidas. Ainda há tempo"

Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor

Exemplo não sou, tô longe de ser
Cidadão comum com vontade de vencer
Rap, que energia é essa?
Um dom, um karma, uma dívida , uma prece?
Infelizmente tem alguns que desmerecem
É tanta coisa na cabeça. Sai fora, me esquece
Sem saúde, sem paz, o nosso povo padece
No Grajaú, só, no frio de dá dó
Esperando a lotação pra ir pro evento de rap
Lembrei de alguém que não tá mais entre a gente
A dona morte vem, carrega os mano na mó pressa
Uma estrela a mais no céu, um rimador falta na Terra
Deus sabe sempre o que tá fazendo
Mesmo sabendo disso eu sofro, vai vendo
Quem tem noção das coisas, sente o peso da maldade
A cobrança é maior, inteligência atrai vaidade
E quem se deixou levar fraquejou
Essa é a verdade, aprenda com os erros
Não se sinta um covarde
Na praia, Jesus me carregou no colo
Eu vi o par de pegadas, não entendi o óbvio
Que o fardo não é maior do que posso carregar
Se a vida é o jogo, então, vamos ganhar

'As pessoas não são más, mano, elas só estão perdidas. Ainda há tempo"

Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor

Então me fala, fala, pergunta que não cala:
Se o rap é pro bem, então por que tanta gente atrapalha?
Com o poder da mente, a maldade paralisa
O mecanismo do sistema é sugar sua alma vivo
Seu sangue, seu suor, são só detalhe nisso
Chuva ácida será bem pior que um lançamento de um míssil
Entre o céu e o inferno, no Grajaú me localizo
Flutuando na hipocrisia do lodo e do fascismo
Pronto pra rimar um doido, criolo mestiço
Eu não sou preto, eu não sou branco, eu sou do rap, eu sou bem isso
Quem perdeu a noção por luxúria, tá perdido
Quem perdeu a razão por dinheiro, eu nem te digo
Saúde e microfone é a fórmula que preciso
Porque se o rap tá comigo, eu não me sinto excluído

'As pessoas não são más, elas só estão perdidas. Ainda há tempo'

Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor

Eu quero acreditar que o amor que tem no coração da gente
vai ser menor que a nossa vaidade, meu, que a nossa arrogância, meu.


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Esquiva da Esgrima Criolo

Falar demais, chiclete azeda
Chama o SAMU e ensina pra esse comédia
Respeitar nossos princípios
Tem mais Deus pra dar que cês tudo num penico
Antigamente resolvia na palavra
Uma ideia que se trocava
O respeito que se bastava
Dinheiro é vil, tio geriu, instinto viril
AR-15 é mato e os muleque tão de fuzil

Do Grajaú ao Curuzu, pra imigração meu povo é mula
Inspiração é Black Alien, é Ferrez, não é Tia Augusta
Verso mínimo, lírico de um universo onírico
Cada maloqueiro tem um saber empírico
Rap é forte, pode crê, "oui, monsiuer"
Perrenoud, Piaget, Sabotá, Enchanté

É que eu sou filho de cearense
A caatinga castiga e meu povo tem sangue quente
Naufragar, seguir pela estrela do norte
Nas bença de Padim Ciço, as letra de Edi Rock
Calar a boca dos lóki
Pois quem toma banho de ódio exala o aroma da morte

Hoje não tem boca pra se beijar
Não tem alma pra se lavar
Não tem vida pra se viver
Mas tem dinheiro pra se contar
De terno e gravata teu pai agradar
Levar tua filha pro mundo perder
É o céu da boca do inferno esperando você
É o céu da boca do inferno esperando

Uma bola pra chutar, país pra afundar
Geração que não só quer maconha pra fumar
Milianos, mal cheiro e desengano
Cada cassetete é um chicote para um tronco
Alqueires, latifúndios brasileiros
Numa chuva de fumaça só vinagre mata a sede
Novas embalagens pra antigos interesses
É anzol da direita fez a esquerda virar peixe

Osiris, olhe por mim, me afaste de Diabolyn
Quem não tem moto não sai na foto
Mobiletes com motor de dream
Tentou fugir, foi lá que eu vi
Sem capacete, levou rola, Deus acode e vamo aí

É a esquiva da esgrima, a lagrima esquecida
A cor da minha pele, eu sei, tem quem critica
Por que a serpente é pra maçã
É o que a maçã reflete pra mídia
É que Abel tinha um irmão
Mas Caim tinha a malícia.


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Casa de Papelão Criolo

Olhos nos olhos sem dar sermão
Nada na boca e no coração
Seus amigos são um cachimbo e um cão
Casa de papelão

Olhos nos olhos, preste atenção
Olha a ocupação
Só ficou você, só restou você
Uivo louco, sangue em choro
Pra agradar opressão

Não de foice ou faca
Esquartejada a alma amarga, amassa lata
Estoura pulmão
Toda pedra acaba, toda brisa passa
Toda morte chega e laça
São pra mais de um milhão

Prédios vão se erguer
E o glamour vai colher
Corpos na multidão

Na minha mente várias portas
E em cada porta uma comporta
Que se retrai e às vezes se desloca
E quantos segredos não foram guardados nessa maloca?
Flutuar no céu poluído da cidade e beber toda a sua mentira
Esperança à míngua, torneira sem água
Moeda? É religião que alicia
Vamos cantar pra nossos mortos
Vamos chorar pelos que ficam
Orar por melhores dias
E se humilhar por um novo abrigo.


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Subirusdoistiozin Criolo

(Tem uns menino bom novo hoje aí na rua, pra lá e pra cá, que corre pelo certo..
Mas já tem uns também que eu vou te falar, viu... Só por Deus, viu! Ave Maria!)

Mandei falá, pra não arrastá, não botaram fé, subirusdoistiozin
O baguio é loco, o sol tá de rachá, vários de campana aqui na do campin
Má quem quer pretá, má quem qué branca, todo azulê requer seu rejuntin
Pleno domingão, flango ou macalão, se o negócio é bão, cê fica é chineizin
Cença aqui patrão, aqui é a lei do cão, quem sorri por aqui, quer ver tu cair
É, é... justo é Deus, o homem não, ouse me julgá, tente a sorte fi.

Para pa pa, para pa pa, para pa pa, para para papa

Só função no doze, na garagem um Golf, bonitão na praia de Hornet, fi
Tudo isso tem, e o apetite vai, pra bater de front, e Babylon cair
As criança daqui, tão de HK, leva no sarau, salva essa alma aí
Os perreco vem, os perreco vão, as vadia quer, mas nunca vão subir
Cença aqui patrão, eu cresci no mundão, onde o filho chora e a mãe não vê
E covarde são, quem tem tudo de bom, e fornece o mal, pra favela morrer

Uns acham que são, mas nunca vão ser
Feio é arrastar e nem perceber

(Acostumado com sucrilhos no prato, né, moleque?
Enquanto o colarinho branco dá o golpe no Estado.)


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Não existe amor em SP Criolo

Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você

Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu

Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus


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Sucrilhos Criolo

Calçada pra favela, avenida pra carro,
céu pra avião, e pro morro descaso.
Cientista social, Casas Bahia e tragédia,
Gostam de favelado mais que Nutella
Quanto mais ópio você vai querer?
Uns preferem morrer ao ver o preto vencer
É papel alumínio todo amassado,
Esquenta não mãe é só uma cabeça de alho...
Cartola virá que eu vi,
Tão lindo e forte e belo como Muhammad Ali
Cantar rap nunca foi pra homem fraco
Saber a hora de parar é pra homem sábio
Rico quer levar uma com nóis, cê que sabe...
Quero ver pagar de loco lá em Abu Dhabi.
Eu sou nota 5 e sem provoca alarde,
Nota 10 é Dina Di DJ Primo e Sabotage.

Pode colar, mas sem arrastar,
Se arrastar, a favela vai cobrar...
Acostumado com sucrilhos no prato,
Morango só é bom com a preta de lado.

O planeta jaz e a trombeta do Satanás,
Usain Bolt se não correr fica pra trás
Querer tapar o sol com a peneira é feio demais
E cocaína desgraça a vida de um bom rapaz...
Trilha Sonora do Gueto, Rappin Hood e Facção,
Fazem o povo cantar com emoção
Zona Sul... Haja coração!
Dez mil pessoas numa favela, na quermesse do Campão,
Então Di Cavalcanti, Oiticica e Frida Kahlo
Têm o mesmo valor que a benzedeira do bairro
Disse que não ali o recém formado entende,
Não vou espera você ficar doente...
Cantar rap nunca foi pra homem fraco
Saber a hora de parar é pra homem sábio...
Vacilou no jab, fio, é lona!
Criolo Doido não é garapa,
A ideia é rapida mais soma.

Eu tenho orgulho da minha cor,
Do meu cabelo e do meu nariz.
Sou assim e sou feliz.
Índio, caboclo, cafuso, criolo! Sou brasileiro!


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Plano de Voo Criolo

E por mais que eu tente explicar, não consigo
De tornar concreto abstrato que só eu sinto
É como se eu ficasse aqui nesse cantinho
Vendo o mundo girar no erro abusivo

Ambulância sem maca, Caravan diplomata
Golzin rebaixado, orbital 17" de tala larga
Zé povinho é a praga, bicho da seda não é a traça
Traça quem quer a seda e ao bicho da seda maltrata

Golpe de bumerangue, não é tang
Cada coração é um universo e ainda tem que bombar o sangue
De cada mente pensante desse meu país insano
Num barraco de favela fermentar sonho com pranto

Do monstro que se constrói com ódio e rancor
A cada gota de bondade uma de maldade se dissipou
Várias fitas... Eis uma definição pra vida
Dos mistérios da ilíada, daí segredo: A biqueira é forquilha

O gostoso do inverno, tio
É fazer rolê sem passar frio
A mão, a mente, o gatilho, a favela chora seus filhos
Sem GPS pra vitória, cada um faz seu destino

A vida é ritual, parte no meio do mundo a sós num laudo intenso
Denso contraste do firmamento ao asfalto
Plana alto até pousar na carne e flertar com o veneno
Que espanca uma mente fraca e arranca essas mão do remo

Mesmo buscando o pleno, tantos erros ao transcender
Há um jogo pra abdicar e um fogo pra acender
Aponto as sobras de amor pra extinguir o medo das cobras
E envio cedo as palavras pra não ser tarde pras obras

Ao justo a sábia sorte que não leva a alma ao norte
Quando fraco que és forte, tudo aponta o norte
Quando se pode enxergar além do que se vê, amplitude
Virtude vital já que o mal nessa paisagem ilude

Distante como um vizinho, te lembro do ninho
Onde o amor expresso é chaga viva, gesto é mais que o pergaminho
Voe, e que todo vento a bem te soe ao descobrir
A natureza da centelha divina que existe em si

Desato o nó da trama, enterro a discórdia no abraço
Arrebata os peito de bronze por trás das barra de aço
Se renda e entenda o que ataca, a cegueira amola a faca
Da má lida com a existência, faz a luz da essência opaca

E nas crianças o brilho tá, olho lá que é pra enxergar
Agregar o meu viver o que devemos preservar
Rumo ao amor! Não importa qual caminho trilhe
Não se incline, sonho que se sonha junto é o maior louvor.


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Linha de Frente Criolo

O nó da tua orelha ainda dói em mim
E Cebolinha mandou avisar
Que Quando a "fleguesa" chegar
Muitos pãezinhos há de degustar

Magali faz a cadência da situação
É que essa padaria nunca vendeu pão
E tudo que é de ruim sempre cai pra cá
Tem pouca gente na fronteira, então é só chegar

O dinheiro vem pra confundir o amor
O santo pesado que tá sem andor
Na turma da Mônica do asfalto
Cascão é rei do morro e a chapa esquenta fácil

Quem tá na linha de frente
Não pode amarelar
O sorriso inocente
Das crianças de lá.


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