Tenho muito da Carmem Miranda, também. O meu cabelo colorido eram as bananas do turbante da Carmen.
Como eu mantenho meu corpo em cima? Cabeça, positividade e... vitaminas! Nunca fiz ginástica.
O que eu mais gosto em mim é a ausência do medo de encarar as épocas.
Posso dizer que sou uma mulher muito feliz.
Sei que minha música não é do departamento da moda, do sensual, mas do humano, do espírito.
Na minha música, sofri influência de todo mundo, graças a Deus. Nos meus discos, você encara uma grande salada musical.
As pessoas me param na rua para saber sobre filosofia de vida e não apenas sobre minha música.
Na época havia muitas cantoras famosas bombando, como Gal Costa e Elis Regina, e eu vinha com outro estilo e com meu jeito ousado de ser: a brasilidade com pegada rock and roll, a marca dos Novos Baianos.
Como boa canceriana, sou hiperagitada. Mas também sou muito sensível. Choro até vendo novela...
Não posso parar com a música. Não dá.
Aos 60 ou 70 anos vou estar regendo uma orquestra. De minissaia e bota.
Nunca me viciei em nada. De álcool, nunca gostei. Quis tomar ácido para pesquisar. O ideal seria tomar LSD assistida por uma equipe médica, de preferência uma equipe médica pop.
Minha cabeça é livre de preocupações.
Quando estou no palco, peço a Deus pra me tirar tudo da cabeça... menos as músicas, claro!
Sou uma pessoa ousada. Sem grandes medos, vigorosa, para o que der e vier!
Eu não sou esta loucura toda, também tenho meu lado humano. Tudo o que eu faço está voltado para o meu eu divino, procurando ser legal com as pessoas e assim eu colho coisas legais, mas sem interesse, numa boa.
Evangélica é só um título. Eu sou cristã e casca-grossa. E não vai ter bunda mole no céu, só casca grossa!
Não vou precisar reencarnar não. Já fiz tudo.
Não me sinto uma avó, faço papel de amiguinha de Rannah [neta]. Com ela, experimento uma sensação muito forte. Ela é a continuação da continuação. A família que inventei está se reinventando.
Com 6 aninhos, minha mãe fez uma roupa de baiana e me levou para fazer a foto. Quem me fotografou foi uma francesa que falou: “Esta menina vai ser uma grande artista”.