Auta de Souza foi uma poetisa brasileira da segunda geração romântica e é considerada por Luís da Câmara Cascudo a maior poetisa mística do Brasil. Seus poemas sempre tiveram influência simbolista e com alto valor estético.
A evocação do nome de Maria pelas flores remete a este fluxo imaginário, através do qual a poeta participa do falar de seres que desabrocham. Falar por esta força chamada Maria é clamar por uma força estética, por um modo de desabrochar para a vida que priorize a beleza. No poema Sancta Virgo Virginum, a Virgem mostra-se novamente repleta de sensualidade.
No poema Flores, atente-se para a coexistência de tempos cronologicamente desencontrados, o tempo horizontal, linear e sucessivo do viver cotidiano e o tempo vertical e descontínuo da Poesia, tempo instantâneo, ligado à profundidade da alma e ao jorro da novidade.
Em outras passagens, a morte é cantada como um destino aéreo, de sonho, de liberdade do espírito. Por vezes, aparece tomada de sensualidade, como em
Palavras Tristes.