Acho legal, me divirto com esta brincadeira de médico com a plateia. Posso ser a enfermeira gostosa, como posso ser a santinha. A graça do show é poder usar o seu poder, o seu charme, mas sem enlouquecer. No fundo, nem me acho bonita.
É curioso hoje em dia ter relacionamentos duradouros. Tudo se desfaz muito rápido... Sou virginiana, cuido dos detalhes, cuido para que as coisas sejam perfeitas mesmo sabendo que não serão. E fico feliz de dar o meu melhor, sempre.
Velha aos 38, só que não
Paula Toller
Quando eu tinha 15 anos calculava que no ano 2000 teria 38 e seria muitíssimo velha. Agora me sinto quase igual aos 15 anos.
Frescurinhas
Paula Toller
Com o tempo, aprendemos a nos conhecer bem, e só discutimos quando a questão é realmente é importante, não perdemos tempo com frescurinhas.
Sobre ter diabetes
Paula Toller
Com disciplina, contagem de carboidrato, exercícios e glicose controlada, você vai ter a vida 90% normal.
Ser santa demais me incomoda, gosto de provocar!
Amor de verdade
Paula Toller
Dá para contar nos dedos das mãos e deve sobrar algum. Amor, amor... já teve os platônicos também, de antes, que eu não cheguei a namorar. Mas amor de verdade, que eu namorei e tal, desde o meu primeiro namorado, acho que uns cinco, quatro, contando com o Lui.
Já era uma coisa madura. Foi a primeira coisa madura, que havia planos. A gente ficou dois anos no máximo, e o ano da separação, que é um outro ano de vai e volta, sabe? Bem complicado...
Sobre o filho, Gabriel
Paula Toller
Eu, pessoalmente, não gostei muito de ficar grávida, achei chato, sou muito esportiva. Então, quando ele nasceu, foi maravilhoso e fiquei encantada. E ainda era menino! Adorei. Agora é o momento de olhar para aquela pessoa que você criou, ama tanto, conhece tanto, e se separar dela. É duro.
Eu tenho vergonha. Acho que não é adequado para o meu trabalho. Acho que não ajuda. A Playboy, por exemplo, produz um tipo de foto que não me agrada. Posso te dizer um ou outro que achei bonito, mas no geral já é uma coisa muito comercial. Eu tenho vergonha. Eu não gostaria, não ia me sentir bem fazendo. E realmente na minha vida eu tenho muito contato com as pessoas. Eu estou em um ônibus cheio de homem, com vinte caras. Não sou uma atriz que fica no estúdio ou no set de filmagem e não aparece nunca. Estou ali, com o público, direto. Acho que não seria bom para mim.
Nascer pronta
Paula Toller
O artista tem radar e saca quando alguém é artista de verdade. Nem sempre está pronto, precisa evoluir. Tem gente que nasce pronta, eu não nasci.
Sou uma pessoa muito ligada à cabeça, não sou tão prática. Sou capaz, por exemplo, de entrar em um livro e não sair dele nunca mais.
Aprendi a aproveitar melhor até os problemas, aprender com eles e resolver. Passei a ter uma urgência com a vida. E aprendi que tenho uma capacidade incrível de superar coisas. Mas essas coisas acontecem com todo mundo.
É uma coisa que eu visto e depois eu dispo.
Quem me conhece sabe que deixo de fazer muito trabalho, deixo de fazer um monte de comercial. Não sou fissurada em dinheiro. Prefiro cuidar melhor da minha vida.
Exposição nas letras
Paula Toller
A única maneira de o artista fazer música de uma forma sincera é se expor no próprio trabalho. Estou falando isso em comparação com essa onda de exposição dos artistas na mídia. Prefiro expor o que interessa, e no lugar que tem a ver, que é na música.
Mal acostumados
Paula Toller
Ser muito direta e muito sincera tem a ver com um jeito meio masculino que eu tenho. E as pessoas nem sempre estão acostumadas.
Um lado mais menino
Paula Toller
Tive aquele lado menina desde criança, de brincar de pegar lençóis e fazer roupas de princesas, querer ser bonita. Mas o meu dia-a-dia sempre foi de menino, de jogar botão, futebol. Fui criada, com um irmão, por pai e avô. Tinha uma avó também, mas os homens sempre foram muito presentes. Hoje eu tenho essa questão bem resolvida, ainda mais depois de ter filho.
Independente
Paula Toller
Estou vivendo como nunca vivi este momento na minha vida. Comecei a fazer várias coisas que não fazia antes, como dirigir uma banda sozinha para um show, assinar sozinha um trabalho, ter muita responsabilidade.
Escrever é a minha viagem como ser humano. Escrever é o que gera tudo, a minha vida toda está ligada a isso. Tudo o que eu tenho de bom veio daí: meus parceiros, meu marido, meus amigos. É quase como se eu não existisse se não escrevesse.
Quebrando paradigmas
Paula Toller
Falavam que família não dava mais certo para quem tinha uma família original complicada. A minha deu. Diziam que banda não dava certo no Brasil. A minha deu.
Conversas do além
Paula Toller
Eu olho para o celular e penso: "Pô, que coisa inútil, ia ser tão bom se a gente tivesse como falar com um amigo do outro lado e ter outro tipo de conversa".
Não acho que 19 anos sejam muito tempo. Vou ficar a minha vida toda com o Lui. Tá, pode acontecer alguma coisa e isso não dar certo. Mas se a gente não ficar junto para sempre eu vou ficar desesperada, arrasada, completamente sem chão. Adoro a relação que a gente construiu e quero que seja para sempre.
Coisa de mulher
Paula Toller
Tenho essa coisa de mulher de pensar em três coisas ao mesmo tempo. Aliás, acho que essa é a minha maior reclamação em relação a mim mesma no momento. Não consigo fazer só uma coisa!
Conviver três pessoas juntas, na mesma casa, não é fácil. Ainda mais que vim de uma família maluca, com tudo errado. Como é que eu vou viver esse dia-a-dia, sabendo que você tem que ceder em algumas horas, ser solidária em outras? Em que horas vou ser a rainha e o centro da casa, em que horas vou ceder. Geralmente sou a rainha, as coisas giram em torno de mim.
O que é bonito em mim? Pô, é tão estranho eu falar disso... Mas é a mão, o pescoço, a orelha, os dentes. Eu sou muito de detalhe.