Origem de Kid Vinil
Kid Vinil
Kid Vinil foi um apelido criado em 1979 para um programa de rádio na Excelsior sobre punk e new wave. O nome foi bolado por mim e pelo produtor Pena Schmidt. A origem foi Kosmo Vinyl (manager do Clash) e Kid Jensen (locutor da BBC), Kid de um e Vinil do outro.
Sempre na ativa
Kid Vinil
Se o Paul McCartney e o Mick Jagger podem, eu também posso. O Tom Zé tem mais de 79 anos e está aí na ativa, ele é um garoto no palco!. Não vou forçar a barra de ficar viajando excessivamente, mas eu curto viajar pelo Brasil, fazer shows no interior. Nunca é tarde para se estar na ativa.
Coleção de CDs e discos
Kid Vinil
Não está cabendo mais em casa e não tem como eu me desfazer porque tem muita coisa com valor não só comercial, mas afetivo.
Trilha de novela
Kid Vinil
Naquela época todo mundo queria ter uma música em trilha de novela porque explodia.
Na década de 80, com o Verminose batíamos de porta em porta com uma fita cassete, a cena independente mal existia. Tínhamos que batalhar muito mais pra arranjarmos onde tocar e, além disso, o equipamento que era muito caro. Hoje é fácil ter um amplificador, gravar em um estúdio caseiro, tudo muito mais simples. Pena que com todos esses recursos muita gente não sabe como aproveitar.
Colecionador de discos
Kid Vinil
Na década de 80, viajava pra fora e voltava com malas cheias de discos. Continuei fazendo isso até o final dos anos noventa. Depois, com essa facilidade de se comprar tudo online nem é preciso mais viajar.
Sou muito saudosista. Gosto dos clássicos, mas também da Jovem Guarda, Roberto, Mutantes, Rita Lee, Caetano... E também de coisas da minha geração., como Titãs, Paralamas, Ultraje.
Foi uma época interessante para o rock brasileiro, já que nada acontecia no início dos anos 80. Lá fora, o punk e a new wave reinavam. Foi quando uma nova geração despertou pra isso em nosso país. Pra nossa sorte as rádios abraçaram o novo som.
Conjunto Magazine
Kid Vinil
Só acabou porque cada um foi para um lado na época. Deu tão certo que fizemos muito sucesso.
De certa forma, o independente moderno não sofre tanto quanto na década de 80. Hoje, com toda essa tecnologia à nossa disposição não tem muito como errar. Questão de bom senso e saber usar os dispositivos da internet.
Minha convivência com os punks era difícil, por ser considerado um burguês bem sucedido e fora do ideais punks. Mesmo assim não deixei de gostar de punk, apenas me afastei pra não criar problemas.
Eu não esperava uma biografia, mas o Duca Belintani que é amigo meu há anos e foi meu guitarrista na década de 90 veio com a ideia de me homenagear com uma biografia e eu acabei aceitando. Não esperava um retorno tão bom de imprensa, TV, rádio e público, os lançamentos foram um sucesso e o livro está vendendo bem. Fiquei surpreso e feliz.
Nenhum de nós esperava que fossemos fazer tanto sucesso, tudo aconteceu de repente. Num instante estávamos no Chacrinha e em todos programas de auditório da TV brasileira. Corríamos o país inteiro fazendo shows, nossas músicas eram executadas à exaustão nas rádios. Eu fiquei assustado com tudo aquilo, tanto que num dado momento tive uma crise de estresse e resolvi dar um basta.
Depois de tanto tempo me sinto à vontade pra fazer o que quiser, não tenho mais a preocupação de gravar um novo hit. Hoje as coisas são diferentes, tenho meus pés no chão, sem pretensões. Quero tocar com minha banda e me divertir um pouco.
É bem legal isso, muitos me cumprimentam pela carreira como músico e outros pelas coisas como apreciador de música. Muitos me pedem dicas e opiniões sobre bandas novas ou antigas. É muito bom essa aproximação com fãs que acabam se tornando, muitas vezes, grandes amigos.
Música "Eu Sou Boy"
Kid Vinil
Não, "Eu Sou Boy" faz parte da minha vida, é uma música que tenho orgulho de um dia tê-la gravado. Nós a fizemos inspirados na new wave, o arranjo é em cima de "Shake It Up" do sensacional The Cars, do genial Rick Ocasek. Durante os anos 90 existia um preconceito muito grande em relação a minha pessoa por causa do sucesso dela. Hoje, o preconceito é menor, mas ainda têm alguns ignorantes por aí, que não tem noção da origem disso.
Almanaque do Rock
Kid Vinil
O livro foi bem legal pra mim, divulgou ainda mais meu nome e me abriu muitos espaços. Realmente, viver de rock hoje em dia não é fácil, mas não é impossível. Não acho que o rock morreu, apenas existem outros meios de se fazer e divulgá-lo.