Livros para vestibular

O autor resolve fazer uma viagem de Lisboa a Santarém de comboio, com a intenção de conhecer as ricas várzeas desse Ribatejo, e assim saudar do alto cume a mais histórica e monumental das vilas de Portugal. Paralelamente as paisagens visitadas o autor e narrador, presenteiam os presentes com um romance de amor.

Publicado inicialmente em 1872, José de Alencar documenta neste romance de sua fase regionalista (junto a O Gaúcho, O Sertanejo e Tronco do Ipê) o cotidiano numa fazenda do interior paulista do século XIX. Berta, também conhecida pelo apelido Til, é a típica heroína romântica de alma bondosa que se sacrifica em prol de todos.

Tendo como cenário uma habitação coletiva, o romance difunde as teses naturalistas, que explicam o comportamento dos personagens com base na influência do meio, da raça e do momento histórico.

Grande marco do Romantismo brasileiro, “Iracema”, de José de Alencar, é um romance sobre a história de amor proibido entre a indígena Iracema e o português Martim, que seria uma metáfora para as relações entre os portugueses e os nativos no Brasil. O Romantismo era um movimento literário que buscava as raízes do país, portanto o Romantismo brasileiro tinha como objetivo firmar uma literatura nacional, sem tentar imitar a internacional, sobretudo a portuguesa.

Eça de Queirós é um grande nome da literatura naturalista portuguesa. “A Relíquia” gira em torno das aventuras e desventuras de Teodoro Raposo – ou Raposão, como é conhecido –, que, para conseguir sobreviver e garantir a sua herança, precisa aprender a adular e mentir para sua tia beata e solteirona. O livro é uma sátira ao Catolicismo da época.

“Minha Vida de Menina”, de Helena Morley (pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant), é uma obra em formato de diário, que conta a adolescência da própria autora. Por ter essa estrutura e ser mais intimista, pode parecer estranho aos que estão acostumados aos grandes clássicos que os vestibulares costumam pedir. Mas a dica é se adaptar ao novo gênero literário e prestar atenção aos eventos históricos apresentados no livro, com um olhar mais sensível e menos “viciado” pelos textos acadêmicos.

Ao criar um narrador que resolve contar sua vida depois de morto, Machado de Assis muda radicalmente o panorama da literatura brasileira, além de expor de forma irônica os privilégios da elite da época.

O romance de Manuel Antônio de Almeida, escrito no período do romantismo, retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX e desenvolve pela primeira vez na literatura nacional a figura do malandro.

Marcado por intensa ironia, A cidade e as serras conta a história de Jacinto, herdeiro afortunado da antiga aristocracia rural portuguesa, cuja vida confortá;vel e abastada em Paris é obrigado a deixar para tratar de assuntos familiares na ficcional Tormes, pequeno lugarejo serrano em Portugal. Entediado e infeliz na cidade grande, Jacinto entra em contato com uma paisagem rústica e natural até então desconhecida, descobrindo um novo modo de vida que decide experimentar.

“Claro Enigma” é uma coletânea de 41 poemas de Carlos Drummond de Andrade, e, para analisá-lo apropriadamente, é preciso entender que não podemos interpretar um poema assim como se interpreta prosa. A poesia é uma linguagem mais sutil, imersa em um campo mais abstrato da Literatura, em que as palavras e seus significados estão mais livres. Dito isso, “Claro Enigma” é uma desilusão vencendo a esperança. O eu lírico destes poemas não está procurando respostas, e cada vez menos apresenta dados concretos, mostrando-se metafísico, melancólico, angustiado e incerto.

“Sagarana”, o livro de estreia de João Guimarães Rosa na prosa, é uma coletânea de contos, cuja principal característica é a exaltação da oralidade. Guimarães Rosa encarna, em seus narradores, a essência do contador de histórias – aquele arquétipo comum nos sertões do Brasil – e enche seus contos de fantasia, neologismos e marcantes sons, muitas vezes desafiando a Gramática culta e urbana que conhecemos nos clássicos.

“Mayombe” é um romance do escritor angolano Pepetela e recebe esse nome por se referir a uma região africana que engloba os seguintes países: Angola (província da Cabinda), República do Congo, República Democrática do Congo e Gabão. O livro, ainda que seja ficção, apresenta um estilo jornalístico e conta história dos conflitos entre soldados angolanos e soldados portugueses na luta pela libertação do país.