A ignorância pode ser uma benção
June, que recebeu o nome de Offred
“Talvez eu não queira saber de verdade o que está acontecendo. Talvez eu prefira não ter conhecimento. Talvez não possa suportar o conhecimento”.
Às vezes, a realidade parece tão difícil e tão assustadora que seria melhor não saber nada sobre ela. Seria uma forma de poupar a própria mente de tanta barbárie, mas não resolveria o problema principal. Será que a ignorância é mesmo uma benção?
“O Conto da Aia” é um livro de ficção escrito pela canadense Margaret Atwood que foi adaptado para uma série de televisão homônima. A protagonista, June, narra um futuro distópico, no qual os Estados Unidos da América tornaram-se teocráticos e autoritários, fazendo mulheres e homens se comportarem seguindo as leis do Antigo Testamento.
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Tudo é muito bem planejado
June, que recebeu o nome de Offred
“Acidentes não existem. Tudo acontece intencionalmente”.
No novo regime, os eventos são conduzidos de forma a parecerem acidentes. No entanto, isso é mais uma estratégia de controle. Tudo é muito bem planejado pelos poderosos, mas quando os efeitos obtidos não são os esperados, alega-se que foi um acidente.
“Eu me ajoelhei para examinar o piso do armário e lá estava, escrito em letras minúsculas, bem recentes, parecia, riscadas com um alfinete ou talvez apenas uma unha, no canto, onde caía a sombra mais escura: ‘Nolite te bastardes carborundorum’”.
A expressão em latim “Nolite te bastardes cardorundorum” significa “Não deixe que os bastardos te reduzam a cinzas”. A partir dela, é possível encontrar força para enfrentar e vencer os mais diversos sistemas de opressão.
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“Agrada-me refletir sobre essa mensagem. Agrada-me pensar que estou em comunhão com ela, essa mulher desconhecida”.
A união entre mulheres se prova essencial a cada dia. É preciso que as mulheres estejam unidas para que se fortaleçam e se reconheçam umas nas outras. Elas são a própria força e podem superar o mal se estiverem juntas!
As mulheres não são as únicas culpadas
June, que recebeu o nome de Offred
“Estéril. Isso é uma coisa que não existe mais. Um homem estéril não existe, não oficialmente”.
Antigamente, acreditava-se na impossibilidade de um homem ser estéril. A verdade é que o processo de gerar uma criança depende de duas pessoas, então nenhum problema será responsabilidade de somente um dos dois.
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A maioria não é todo mundo
June, falando sobre o Comandante Fred Waterford
“Melhor nunca significa melhor para todo mundo, diz ele. Sempre significa pior para alguns”.
Com o conceito de democracia, de que a vontade da maioria é a melhor a ser seguida, as minorias são excluídas. O que é melhor para muitos ainda será pior para alguns. Como atender a todas as pessoas de forma igualitária?
A sabedoria vem com a experiência
June, que recebeu o nome de Offred
“Os jovens são com frequência os mais perigosos, os mais fanáticos, os mais nervosos com suas armas”.
Em muitos casos, a experiência de vida é essencial para agir de forma mais ponderada, consciente e responsável. Afinal, quanto mais idade, mais anos para estudar e para aprender. Nesse sentido, os jovens podem pecar pela ignorância.
Anulação da própria essência
June, explicando o novo sistema
“Essa é uma das coisas que eles fazem: obrigam você a matar dentro de você”.
O primeiro passo para aceitar condições precárias de vida é a anulação da própria essência. Uma pessoa se esquece do que merece e perde o amor-próprio, aceitando até mesmo o que lhe faz mal. É essencial se amar acima de tudo!
Manter o equilíbrio para ir além
June, que recebeu o nome de Offred
“A sanidade é um bem valioso: eu a guardo escondida como as pessoas antigamente escondiam dinheiro. Eu economizo sanidade, de maneira a ter o suficiente quando chegar a hora”.
Nos momentos mais difíceis, precisamos encontrar força e apoio para manter o equilíbrio e a sanidade. Somente assim seremos capazes de enfrentar os desafios e de vencê-los, principalmente quando tudo piorar.
"Vivíamos, como de costume, por ignorar. Ignorar não é a mesma coisa que ignorância, porque você tem que se esforçar para fazê-lo”.
Quando passamos por uma situação sobre a qual não temos controle, nosso instinto é tentar ignorar o que está acontecendo, para sofrermos menos. Porém, ao fazer isso deixamos para trás as tentativas de melhorar a realidade. Precisamos lutar!
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