Envelhecer faz parte
Silvia Pfeifer
Só fiz botox e preenchimento. Coisas sutis. Envelhecer e ter rugas deixa o conjunto mais bonito. O desgastado também tem seu valor.
Acho que estou envelhecendo bem. Desde os 18, faço o que as pessoas recomendam hoje: beber muita água, comer verduras, evitar frituras. Algum lucro tinha que ter, pelo amor de Deus. É lógico que a idade incomoda. A pele não é a mesma. Tem flacidez, manchas, uma gordurinha aqui, uma celulite ali. Mas, aos 55 anos, é para ter tudo isso mesmo.
Mudança dos filhos
Silvia Pfeifer
É um reaprendizado! Uma das partes mais difíceis de ser mãe. Esse momento te leva à reflexão. Você tem a idade batendo e se questiona. O que realizei na vida? Vou chegar feliz aos 80 anos? Você também parte para outra relação no casamento. Tem que encarar a relação a dois de forma diferente.
Retorno à Rede Globo
Silvia Pfeifer
Muito feliz. Voltar à emissora e em Malhação foi um duplo retorno, porque estive na primeira temporada, em 1995. Inicialmente seria apenas a participação de uma semana. Mas a produção gostou e me pediu para continuar.
Já pediu papéis
Silvia Pfeifer
Uma vez me manifestei diretamente a um autor, dizendo que gostaria de trabalhar com ele, mas não deu certo. Vamos ver numa próxima oportunidade. Os autores dizem que muita gente pede. Deve ser difícil agradar a todos.
A ditadura da magreza
Silvia Pfeifer
Hoje é um exagero. Entendo que um cabide veste bem, mas não precisa tanto. As meninas estão muito magras e isso é perigoso para as mais jovens. Comecei aos 19 anos, fiz um curso de modelo porque me achava desengonçada. Tive facilidade para aprender o que me foi ensinado. Daí os trabalhos surgiram.
Elas foram proporcionais à oportunidade que tive: uma protagonista de minissérie. É lógico que eu não tinha condições de fazer bem, mas, se tivesse feito tão mal, não teria continuado na Globo, com contrato de longo prazo. Se tivesse começado aos poucos, pegando experiência, talvez não tivesse medo. Paciência, cada um tem sua história.
Se as críticas tivessem doído menos, teria ido antes para o teatro. Mas elas me deixaram com um medo enorme de me expor no palco. Se na TV não era boa o suficiente, no palco ia ser pior. O que não é necessariamente verdade. Demorei a ter coragem.
O fato de fazer esse perfil te deixa limitada. Ao mesmo tempo, há atrizes que não podem interpretar mulheres sofisticadas. Tenho que ver isso como algo bom. Mas se eu pudesse fazer as duas coisas seria melhor.
Nada consumista
Silvia Pfeifer
Sou comedida. Não tenho bolsa Chanel ou Louis Vuitton. De grife, só tenho, há oito anos, um casaquinho e uma mochila da Prada. Não compro só por causa da marca. Tem que ser pelo bom gosto e pela qualidade. Existem produtos dessas marcas que não gosto, por exemplo.
Muita gente consegue manter a vida privada de maneira discreta, e aqueles que fazem isso também estão casados há muito tempo. Talvez seja um segredo, mas depende também do ritmo do casal. De alguma forma temos que nos preservar, mesmo.
O que faria de diferente
Silvia Pfeifer
Me orgulho do que consegui em termos pessoais e profissionais, mas sempre achamos que podíamos ter feito mais. Ao mesmo tempo, não podemos ficar presos a isso. Na carreira, por exemplo, teria me arriscado mais no teatro. Mas não gostaria de ir atrás só por ir, para constar como regra que todo ator tem que fazer teatro. Tem que haver uma motivação para isso.
Acho que agora que eu estou ficando mais velha, estou ficando com manias.
Sucesso era trabalhar muito fazendo fotos, pois foi na época que estava fazendo muitas fotos, e viajar muito fotografando.
O que é o sucesso hoje
Silvia Pfeifer
Uma boa personagem, e eu acho que conseguir realizar uma outra coisa paralela também a vida de atriz.
Foi de uma felicidade, me sinto afortunada de ter podido trabalhar tão perto dela, aprendendo tantas coisas, acho que muitas coisas eu ainda talvez nem tenha assimilado, aprendido na profundidade que ela tentou me passar. É uma pessoa de uma riqueza de experiência, de conhecimento, foi realmente muito bom.
Maior pesadelo
Silvia Pfeifer
É a realidade que a gente está vivendo agora, num mundo muito duro, o país, essa violência toda mundial, essas guerras todas, acho isso tudo um pesadelo.
Eu acho que “Callas” me deu, não só vontade de continuar fazendo teatro, como uma certa tranquilidade de que eu posso, de que eu consigo fazer, pois eu sempre tive muito medo de fazer teatro, por causa desse contato com o público, pisando no palco.