Futebol é para o povo
Carlos Alberto Torres
O futebol é o analgésico do povo, é uma válvula de escape, uma religião no Brasil. Em 1970, nós sabíamos que vivíamos em um regime militar, mas nós não tínhamos nada a ver com isso. Nós fomos lá e fizemos o nosso papel. Nunca nenhum governo ajudou nenhum campeão do mundo.
Carlos Alberto Torres nasceu em 17 de Julho de 1944 no Rio de Janeiro e foi jogador de futebol de alguns times brasileiros como o Fluminense, Botafogo, Santos, Flamengo. Foi companheiro de Pelé no Santos e eram muito amigos.
Também atuou como capitão da Seleção Brasileira em 1970 na Copa do Mundo FIFA no México e ficou conhecido por ser o Capitão do Tri.
Eu tenho certeza de que, se eu jogasse futebol hoje, ficaria bilionário. Não milionário, não: bilionário. Sem falsa modéstia, ia ganhar muito dinheiro.
Um sonho de criança
Carlos Alberto Torres
O futebol é minha paixão desde menino, sempre quis ser jogador de futebol. Mas, na minha época, era uma profissão que não tinha prestígio nenhum, e minha família era contra. Eu insisti, consegui dobrar meu pai e pude concretizar o meu sonho.
Eu já era o capitão no Santos, que era o grande time do Brasil, e aí eu trouxe a braçadeira do Santos para a seleção. Mas a minha função como capitão do time (na Copa de 1970) era facilitada. Eu tinha ao meu lado jogadores com liderança em suas equipes: Piazza, Gerson, Brito, Pelé. Então a gente dividia a função de capitanear o grupo.
Crioulo, escolhe um e bate firme.
Sobre o Pelé
Carlos Alberto Torres
O Pelé foi um grande espelho para nós (na Copa de 1970). Naquela época, já era considerado o rei do futebol, e o empenho dele nos treinamentos, e mesmo fora do campo, era impecável.
Sobre o gol da final da Copa
Carlos Alberto Torres, em 2003
O gol é o grande momento do futebol. E aquele gol no fim do jogo (na final da Copa de 1970) liquidou definitivamente com qualquer dúvida ou esperança que a seleção italiana pudesse ter.
O melhor lugar para jogar hoje é na lateral. Não tem ponta. Antigamente tinha cada ponta... Eu ia (para o ataque) e tinha que voltar para marcar. Hoje, não. O lateral vai, tem um volante ali que cobre. Um ou dois.