Concentração. Nós concentrávamos com o Mourinho e aqui no Milan não é diferente. Eu acho completamente dispensável. Claro, cada treinador tem sua filosofia e sua forma de pensar. Eu sinceramente não vejo nenhuma alteração de resultado pela concentração. Pelo contrário, Barcelona e clubes ingleses são exemplos disso, nenhum deles concentra e não interfere de forma algum nos resultados.
Sou ético, não sou maldoso. Não sou bonzinho e sim justo.
A Copa do Mundo de 2002 foi uma experiência única, mesmo jogando pouco, conviver com aqueles jogadores e ser campeão do mundo com apenas 20 anos, não há nada mais especial para um jogador. Já conversei com vários jogadores e eles concordaram que não há maior emoção. Eu acho que as conquistas coletivas são mais importantes. Em 2007 eu cheguei a ser o melhor do mundo e é muito legal você ser reconhecido individualmente, mas foi tudo devido ao que eu conquistei com o Milan.
Foi uma surpresa. Eu realmente não esperava. Eu cheguei a receber umas mensagens desde manhã falando que podia rolar uma surpresa e criei essa expectativa.
A bíblia está sempre comigo, estou sempre estudando, aprendendo e orando. Isso ai eu não vou largar nunca.
Eu já pensei nisso várias vezes. Cheguei à conclusão que foi falta de continuidade. Eu não tive muitas lesões, tive um período grande que fiquei afastado, mas fora só duas lesões. Uma no púbis, em 2009, e operei o joelho depois da Copa de 2010. Perdi espaço quando retornei dessas lesões e com a chegada do José Mourinho (técnico português) ele trouxe alguns jogadores de confiança dele. Durante esse período que fiquei lá tentei conquistar a confiança dele, mas acabei não conseguindo e achei que era melhor sair.
A vontade dele de vencer. Essa vontade passa por cima de vários critérios e fatores que outros técnicos dão prioridade. Talvez seja por essa vontade que ele perca às vezes a continuidade de um time e estremeça um pouco as relações por onde trabalha.
Tudo não passou de especulações. Única vez foi em dezembro de 2012 que a gente conversou com o São Paulo para ver qual era a ideia deles, mas nada concreto. Recebi algumas sondagens, mas nunca nada que tenha aproximado essa volta.
Sobre o retorno ao Milan
Kaká
Estou bem feliz com essa volta ao Milan. Pessoalmente vai ser uma oportunidade legal para eu me reencontrar profissional dentro de campo. Tava precisando desse momento, por isso acho que a escolha foi ideal para mim.
Acho que é uma sequência de coisas que estão acontecendo e, se tudo sair de forma positiva, gostaria sim de voltar à Seleção.
Futebol é esporte e um prazer. Vou repensar se ainda estou me divertindo e se quero continuar aqui. (Cogitando a possibilidade de abandonar o futebol italiano devido à violência das torcidas que provocou uma morte.)
Contribui para a seleção nesses dois amistosos. Tive uma sequência maior, me dá ritmo de jogo. Acrescentei bastante, posso acrescentar mais. (Kaká voltou a ser convocado para a seleção brasileira em 2012.)
Ainda é cedo para me comparar a Ronaldo.
Jogo tudo no lixo. Ordens da minha mulher.
É um recomeço, sim. Desde a Copa do Mundo de 2010 que não estava na Seleção. Mas em relação ao Mundial de 2014 é preciso ter calma. Estou chegando agora e ainda tem muita coisa pela frente.
Sobre números, o Real Madrid que entrou em acordo com o Milan. Da minha parte eu abri mão de muita coisa, mas nesse momento o dinheiro não é minha prioridade. É difícil falar isso, porque sempre vai para a questão financeira, sempre afirmaram que eu estava confortável no Real porque eu ganhava muito. É muito legal ganhar bem e ser recompensado pelo trabalho, mas essa nunca foi minha primeira motivação. Em 2009 eu poderia ter deixado o Real para ir ao Manchester City e ganhar muito mais. Quando eu saí do Milan, saí para ganhar menos no Real Madrid. Sempre vi o futebol como meu amor, então achei que era o momento de ir atrás da minha alegria, o dinheiro vem apenas como conseqüência.
Nem de qualquer jeito
Kaká
Sexo não pode ser feito com qualquer parceira nem de qualquer jeito. Só faço sexo com quem amo.
Gostaria de jogar nos Estados Unidos no futuro. No final desta temporada eu vou me sentar com o Adriano Galliani e conversar com ele para entender as ideias dele e do clube. Se eu tiver de sair, será para os EUA.
Não misturo política e bola.
Eu quero ser excelente.
Vou usar a 22 porque eu sempre a usei por aqui. Teve até uma votação nas minhas redes sociais quais que eles gostariam que eu jogasse. A camisa 22 ganhou disparado. A minha posição deve ser a do meia atacante. Ainda não fizemos nenhum treino tático, mas acredito que seja esse meia que chegue de trás, que ajude os dois atacantes.
Não gosto de culpar ninguém. Eu tentei, lutei e sempre estive disponível. As vezes que ele me aproveitou eu acho que tive bons resultados. Ele, como qualquer treinador, fez as escolhas dele e colocava para jogar os jogadores que ele confiava. Aprendi muito com ele na área profissional e pessoal. Aprendi a ter mais paciência e a lutar mais pelas minhas coisas, foi bom ter trabalhado com ele.