Diário pessoal
Ellie Kemper
Acho que me dá um certo prazer escrever as coisas que eu tenho feito.
Já ponderei bastante sobre isso, porque todos conhecemos alguém que é assim. Teríamos de perguntar a um psicólogo, mas penso que isso é algo inato. É possível uma pessoa convencer-se a si própria, obrigar-se a pensar de forma otimista. Este otimismo pode ser um pouco comprometido pelo sentido da realidade, saber que não conseguimos consertar tudo e não se pode ser responsável pelo comportamento dos outros. É uma aceitação que revela maturidade.
Quando se está fazendo um programa para televisão, temos a responsabilidade de fazer algo de qualidade. Não tem de ser otimista como o nosso, mas passar tanto tempo fazendo um programa e uma personagem que inspira tanta força e resiliência é uma grande honra. Sinto-me muito especial por isso.
Embora não seja com essa provação específica, ser trancada num culto do juízo final, com que eu felizmente também não consigo relacionar-me, mas sei que acontece, eu diria que as pessoas se identificam com a superação de qualquer prova difícil. Seja uma doença, um divórcio, um drama familiar, conseguir dar a volta por cima e sobreviver é aquilo com que as pessoas se identificam.
Impacto feminino
Ellie Kemper
Interpretar uma personagem feminina poderosa nesta série tem sido muito inspirador. Também sinto alguma responsabilidade, para lá disso, porque sempre houve personagens femininas poderosas na televisão e no cinema, mas agora acredito que estamos num momento em que vemos muito isso. É gratificante.
Todo o panorama dos filmes e da televisão está mudando. Há muito mais conteúdos televisivos agora, e tantas formas diferentes de os consumir, que a televisão parece tão poderosa quanto o cinema. Ou talvez eu pense isso porque estou a trabalhar em televisão.
Digo que sim porque não estou no cinema. Ambos são bons. Mas a televisão, neste momento, está passando por uma mudança.
Eles não nos dão números de audiências, mas com base nas respostas que li e no que ouvi, sentia que as pessoas estavam a reagir bem à série. Por isso, esperava que tivéssemos mais uma oportunidade para contar mais histórias. É excelente.
Andando de metrô
Ellie Kemper
Ninguém sabe quem eu sou, o que é ótimo. No metrô, ou lugares assim, é ótimo não ser reconhecido.
Vivendo no mundo real, nem para tudo há soluções fáceis ou finais perfeitos. Esse é o tipo de coisas que uma pessoa pode pensar quando tem 15 anos, que pode corrigir tudo, que pode melhorar tudo, e infelizmente isso não é verdade. Pode-se tentar fazer isso, mas há coisas que fogem ao nosso controle.
Não tão famosa
Ellie Kemper
Eu também não sou muito reconhecida em eventos. Sempre tem o “tapete vermelho” onde acabam tirando fotos de você. Eu tive que ir ao Globo de Ouro, como convidada, e eu conheço muito bem como funciona. Se Amy Adams passa pelo tapete vermelho, todo mundo grita: “Amy, deixe-nos ver o seu vestido”. A mesma coisa com Dakota Johnson. E aí, quando chega a minha vez, todo mundo abaixa a câmera. É muito embaraçoso posar para uma foto que ninguém quer tirar.
Erros de gravação
Ellie Kemper
Em dramas, imagino que as pessoas estragam os takes chorando. A equipe fica em lágrimas. Tipo: “Ele a matou, porquê?”.
Noivado nada surpresa
Ellie Kemper
Eu não fiquei surpresa quando ele me pediu em casamento, porque eu pedi para ele fazer isso. Eu falei para ele pedir a minha mão para o meu pai e falei que queria que acontecesse em Nova York, que foi onde moramos por muitos anos e passamos ótimos momentos juntos.