Não gosto de me limitar a nada, gosto de desafios e novidades em minha vida. Enquanto tiver saúde e disposição farei tudo aquilo que eu quiser e Deus me permitir.
Não sou como algumas pessoas que compõem todos os dias. Eu preciso estar inspirada. Eu gosto de escrever quando estou sentindo alguma coisa, eu ponho pra fora. Composição não é uma coisa que pratico todos os dias.
O novo às vezes assusta, mas é só manter os pés no chão e a cabeça no lugar, e o apoio da minha família e dos amigos é fundamental.
Me considero uma artista esforçada, que sempre se preocupa em evoluir. Os elogios são consequências e eu me sinto muito honrada.
Espaço preenchido
Negra Li
Quando eu comecei eram pouquíssimas as mulheres no Rap. Acho que esse espaço foi aberto e super bem preenchido por Flora Matos, Karol Conká, Lurdez da Luz, entre outras.
O tema é polêmico. Falar de Jesus é sempre delicado, é comum as pessoas se manifestarem quando isso acontece. E elas têm liberdade de expressão, assim como nós, artistas. Mas o musical é fiel ao que diz a bíblia. Estamos apenas contando a história de maneira diferente, com um Jesus mais humano. Com uma visão diferente, claro, pelo olhar de Judas. É até uma forma de aproximar as pessoas da igreja. Estou amando fazê-lo.
Feia, eu não sou... Mas quem tem preconceito não enxerga a beleza do negro.
Por onde quer que eu vá, vou te levar pra sempre
A vida continua
Os caminhos não são tão simples, temos que seguir
Viajo em pensamentos
Numa estrada de ilusões
Que eu procuro dentro do meu coração
Eu estou engatinhando, eu tenho muito a aprender.
Tocar fora do país
Negra Li
Eram públicos brasileiros fora do Brasil. Cantei para brasileiros. Foi muito gratificante. As participações que fiz em shows também me fizeram ir longe. Fui bem sucedida nessa experiência, fui valorizada. Não que tenha sido um sucesso estrondoso, mas eu consegui um feito que não é fácil. Sinto que conquistei um espaço importante. E fico agradecida ao Brasil, que sempre me recebeu bem, e à música brasileira, que faz sucesso no mundo inteiro.
Música no Brasil
Negra Li
O Brasil tem muita gente talentosa, mas infelizmente não tem espaço pra todos, então eu me sinto uma pessoa de muita sorte por conseguir, apesar dos altos e baixos que faz parte da carreira, me manter no cenário da música brasileira, especialmente sendo oriunda do gênero Black Music. Mas como todos sabem o preconceito não faz parte da minha carreira, pois estou acostumada a transitar por diferentes estilos musicais. De repente essa mistura é o que agrada. Mas a dificuldade existe no dia a dia, por exemplo, ainda encontramos contratantes que não valorizam suficientemente nosso trabalho, entre outros perrengues que só quem está na estrada sabe o que é.
Acho que o Brasil entende minhas metamorfoses. Eu sempre fui tratada pelo Brasil de uma forma muito carinhosa.
Na minha opinião, o rap é um movimento de resgate. Ele tem o poder de tirar o jovem da violência proveniente da rua e trazer uma ocupação. Gera empregos e não precisa de muita coisa pra acontecer. O Rap foi a minha oportunidade dentro da música e nunca vou esquecer disso.
Sem dúvida nenhuma meu maior parceiro de composição foi o Helião. Aprendi muito com esse professor viu.
Disco "Tudo de Novo"
Negra Li
Dá um frio na barriga, sabe? O título do disco já diz: é “Tudo de Novo”, porque é novo para mim.
Músicas que entram no CD
Negra Li
Só entram músicas que eu aprovo. Claro que conto com a ajuda de profissionais que costumo ouvir com toda a atenção. Mas se a música não fizer minha cabeça não entra.
Inspiração para compor
Negra Li
Coisas simples do dia a dia. Amor, família, preconceito, dificuldades.
Eu me considero romântica, mas não só romântica de amor entre um homem e uma mulher. Sou romântica na vida. Sou sonhadora. Sempre acreditei, mesmo morando lá no bairro onde nasci, pobre, que pudesse alcançar muitas coisas. Sempre imaginei que eu ia ser o que eu quisesse, o que sonhasse.
Morte do irmão, Gilson
Negra Li
Não quero saber o que aconteceu. A perda é a parte mais difícil disso tudo. Antes eu ouvia muitos casos na mídia e achava estranho as pessoas falarem isso, mas depois que aconteceu comigo vi que não importa mesmo. Deus sabe de tudo, está nas mãos dele. Não adianta eu me questionar, já foi. As coisas perdem o sentido. Nada melhor que o tempo para me fazer superar.
Dá uma saudade terrível dos shows. Até porque nos shows tenho mais liberdade. Eu escolho o repertório, eu escolho tudo. O show sou eu! Lá no musical eu sigo um roteiro. São formatos diferentes, mas ambos prazerosos.
Pra minha vida, minhas maiores influências, dentro da Black Music, são Lauryn Hill e Jorge Ben Jor.