Quem viveu entre os anos 1975 e 1997, no Brasil, dificilmente se esquece de "Os Trapalhões". O programa de humor foi ao ar, pela primeira vez, na TV Tupi em 1975, mas cerca de dois anos depois estreou na Rede Globo, onde ficou até ser encerrado. A atração era liderada por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, que protagonizavam esquetes de situações cotidianas recheadas de um humor pastelão que agradava às crianças e de tiradas ácidas que alcançavam os adultos. O quarteto também foi um fenômeno nos cinemas brasileiros, tendo alguns de seus filmes atingido a marca de mais rentáveis de todos os tempos.
E quem eram "Os Trapalhões?". Didi Mocó, vivido por Renato Aragão; Dedé Santana, interpretado por Manfried Sant'Anna; Mussum, assinatura artística de Antônio Carlos Bernardes Gomes; e Zacarias, personagem de Mauro Faccio Gonçalves. Juntos, conseguiram reproduzir na TV dinâmicas de humor que misturavam perfeitamente as influências e estilos de cada um dos integrantes. Da tradição circense brasileira até referências mundiais como "Os três patetas", o quarteto compunha cenas hilárias para a época. Com as mortes de Zacarias, em 1990, e de Mussum, em 1994, o programa foi perdendo força, até que seu último episódio foi ao ar em 1997.
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"Água mole e pedra duris tanto bate que a água se empirulites."
O que não faltava em "Os Trapalhões" eram bordões. Quando vinham do Mussum, sempre transbordava sabedoria popular e uma forma irônica de enxergar a realidade.
"Está tudo aqui, na região glútea."
Durante uma prova para conseguir um emprego, questionado sobre se tinha cola, Didi aponta para a própria cabeça dizendo que estava tudo ali, na região glútea. As trocas intencionais de palavras do personagem, que sempre bancava o esperto, eram sempre perfeitas. O interessante é que neste mesmo episódio, o humorista ensina como fazer a tabuada do nove sem precisar calcular nada. Quem viu, jamais se esquece!
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"Amigos são meus dentes e mesmo assim eu mordo com a língua."
Era nos momentos de "tensão" do programa que os grandes bordões apareciam. E Didi sempre tinha saída e resposta para tudo, até para quando os amigos pediam algum favor em nome da amizade.
"Deus é testemunha que eu queria tomar leite."
Mesmo que na vida real o alcoolismo tenha sido um grande problema para Mussum, no programa da TV, não faltavam piadas de bar e de bebidas. A esquete dele pedindo leites exóticos no bar é um grande clássico.
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"O P Ó não é ocê bebê, é ficar devendo, nóis chama a cana."
Uma das esquetes mais famosas: Mussum pedindo uma pendureta. Eis a razão para Didi, então dono do bar, explicar o provérbio escrito em charada na parede do bar e resolver a questão dos clientes que não pagam...
"Eu tô perdendo a paciência com vocês."
Apesar de não ser um personagem de bordões, Dedé tinha sua marca: a voz afinando quando se exasperava. E ele sempre acabava ficando um pouco nervoso...
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"Como é buuuuurro, meu Deus!"
O ponto forte do Zacarias eram as reações que completavam a cena, o ponto de equilíbrio que conferia leveza à cena. E sua marca era o agudo forte nas interjeições. E nunca faltava oportunidade!
"Nem na guerra era tão terrível"
Quando o Didi se casa com a Mulher Maravilha, Zacarias solta a frase de efeito. Outros tempos, outras variações de inveja do amigo...
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"Mulher maravilha, socorro, eu sonhei que estava virando branquis."
Num tempo em que o humor ainda não enxergava algumas fronteiras e nem se falava em empoderamento, Mussum já entendia o poder da representatividade e do orgulho de ser quem era.
"Você é maluco, rapaz! A gente no maior sufoco e você entra aqui pra dar um susto desse na gente?!"
Frequentemente estourado, Dedé sempre acabava levando sustos coletivos, o que oportunizava umas nova discussão.