Início da sua carreira
Bruno Garcia
Ter começado a fazer televisão ainda cedo em Recife me deu estofo, afirma, lembrando ainda o fato de ter trabalhado com Guel Arraes na série Sexo Frágil e em novelas como Bang Bang.
Há momentos para ser durão e para ser amigo. Faço os dois papéis alternadamente.
Nascimento de Bella
Bruno Garcia
Quando Bella nasceu, lembro-me de dizer para Marta: "Agora vamos nos preparar para a adolescência". Para se criar um filho ou filha, é necessário saber dizer não. O aprendizado de um ser humano passa necessariamente pelo contato com as frustrações, que o prepara para as situações imponderáveis que a vida irá apresentar. Se tudo for dando certo na criação, acho que a quantidade de "nãos" vai diminuindo à medida que a criança vai crescendo e aprendendo a discernir sobre suas próprias possibilidades. A adolescência será sempre um desafio. Que pode ser muito instigante. Nesse momento é colocado à prova tudo o que você trabalhou desde o nascimento.
Chegando aos 50 anos
Bruno Garcia
Me sinto cada vez melhor comigo mesmo. Estou ficando mais bonito. Gosto do que vejo no espelho. Às vezes, me dou conta de que já estou chegando aos 50 e reflito: ‘Quanto tempo de vida ainda tenho?’ É uma questão normal do ser humano.
Debates da Lei Rouanet
Bruno Garcia
As pessoas não sabem do que estão falando. Proponho um desafio para mostrar a trabalheira que é tentar escrever um projeto. Você precisa justificar até os pregos do cenário e, se a proposta for aprovada, raramente a produção vai ganhar dinheiro. O máximo é o retorno do dinheiro investido.
Queria contar uma história vibrante com a qual pudesse atingir todas as idades. O musical traz esse tipo de alegoria que agrada muito o pensamento lúdico. É uma história non sense, quase conversando com o surrealismo.
Dentro da trama
Bruno Garcia
Todos os personagens têm funções específicas dentro de uma trama, e quem determina quais são elas é o autor. A função do ator é entender, interpretar e executar o que está escrito.
Corrupção no Brasil
Bruno Garcia
Precisamos mudar o sistema político brasileiro, que é arquitetado para ser corrupto. Isso está claro. Não é discussão de direta, esquerda, centro. É um formato que tira do povo a capacidade de monitorar e exigir dos seus governantes as ações para as quais foram eleitos: cuidar da nação e não dos interesses próprios.
Sotaque pernambucano
Bruno Garcia
Há quem diga, aliás, que meu sotaque vem com tudo quando começo a contar histórias sobre a família.
Desgaste do casamento
Bruno Garcia
O ideal seria que cada um tivesse a sua própria casa, mesmo vivendo junto. Não que seja uma regra – já fui feliz morando junto – , mas há um desgaste natural que talvez a gente possa evitar.
Eu ia de ônibus para o Centro da cidade e ficava impressionado com o fato de os passageiros simplesmente ignorarem o Pão de Açúcar pela janela. Era como se estivessem acostumados com tanta beleza.
Acho que todo mundo, no fundo, se interessa por mágica. O programa trouxe a possibilidade de me expandir nas artes dramáticas. Foi divertido interpretar personagens que faziam coisas extraordinárias.
Roubar a cena
Bruno Garcia
A expressão “roubar a cena” é, muitas vezes, relacionada a uma suposta disputa que existe entre atores. No fundo, ela só quer dizer que um intérprete está executando muito bem o seu papel.
Não sei se no futuro vou me sentir atraído ou me apaixonar por um homem. Não existe uma lógica, mas uma preferência. A minha é heterossexual, mas tenho muitos amigos bissexuais e homossexuais. No dia em que a gente tiver um sociedade que não se preocupa com a sexualidade do outro, vai ser todo mundo muito mais feliz.
A época do Brasil
Bruno Garcia
A cada dia que acordamos, o país está pelo avesso do avesso do avesso.
Gosto das várias camadas que cobrem a dramaturgia. Produção é o mais difícil, por obrigar você a botar o projeto debaixo do braço e sair em busca de patrocinador, do dinheiro e todo aquele esquema complicadíssimo da Lei Rouanet.
Há 20 anos, a atriz Erika Riba me procurou para dirigir um espetáculo para crianças por indicação de João Falcão, com o qual tenho uma intensa relação profissional e que já naquela época acreditava na minha capacidade para realizar tal empreitada. O projeto de Erika envolvia também a adaptação de um livro de Lygia Bojunga, mas precisou ser interrompido. Como eu já havia começado o processo de criação e estava muito entusiasmado, resolvi escrever meu próprio texto como um exercício. Na verdade, conclui o texto e as músicas num espaço de uns dois meses. O que demorou foi colocar o texto em cima do palco.