História
Rodrigo Lombardi
Minha ideia inicial era ser jogador de futebol, mas faltava talento para isso. Então, comecei a jogar vôlei. Meu 1,86m de altura ajudava, porém ainda faltava algo para que eu virasse um craque. Então comecei a trabalhar. Fui agente de viagens, modelo, garçom, vendedor de loja… Em 1999, entrei no Grupo Tapa, de teatro, e me apaixonei pela dramaturgia.
O que mais me assusta não é fazer workshop de dois meses nem oficina de atuação. Tenho medo mesmo é do Tony Ramos.
Nunca imaginei que o meu bumbum fosse ficar tão famoso. Quando gravamos a cena até pedi brincando: Maurinho (Mauro Mendonça Filho, o diretor), me defende aí porque não está legal. Dá uma melhorada. Acho que ele defendeu. Fez uma luz incrível [risos]. A repercussão me surpreendeu muito porque não é isso tudo.
Sou são-paulino e fui torcer numa partida de oitavas de final da Libertadores, em 2005, contra o Palmeiras, no Morumbi. A nove minutos do fim, o Rogério Ceni marcou um gol de pênalti e eu comecei a vibrar. Então, a câmera da Globo deu um close em mim… Eu gritando que nem um maluco.
Sentimos quando a pessoa está nervosa, principalmente quando é iniciante. Mas a gente antevê certas armadilhas e nessas cenas nos livramos delas.
Ela é incrível! Superdedicada, esforçada e tem um talento nato. Quando você passa algo novo para alguém, você aprende também, porque o jeito que a pessoa recebe é novo para você. É assim que me sinto com a Camila.
Felicidade
Rodrigo Lombardi
A felicidade alheia me faz sorrir. É muito bom ver alguém feliz. E quando estou em uma novela e sei que faço as pessoas sorrirem, me sinto realizado com a minha profissão.
Dificuldades
Rodrigo Lombardi
Para tentar me manter no meio, fui assistente, iluminador, aluno, faxineiro… Até começar a fazer alguma coisa como ator de verdade. E a grana era sempre curta. Eu vivia duro. Vendia o almoço para conseguir jantar.
Ah, tenho vários ídolos. Foi ótimo contracenar com o Caio Blat, que eu adoro, com o Tony Ramos, o Danton Mello… Nossa! Às vezes eu olhava para o Danton e pensava: Caramba, ele estava em A Gata Comeu. Eu vi essa novela. Até tenho que me policiar para não dar uma de fã.
Meu pai sempre foi são-paulino fanático e espalhou esse vírus tricolor para os cinco filhos. Como o Rogério Ceni é excelente goleiro e ótimo profissional, a família inteira o adora.
Já me incomodei com rótulos, hoje não mais. Faço o meu trabalho e me sinto cada vez mais maduro. Os rótulos são os outros que criam.
Sexy simbol
Rodrigo Lombardi
É até engraçado, porque isso é novo na minha vida. Nunca me esqueço: numa das primeiras novelas que fiz, meus dentes eram todos tortos. Aí, um diretor falou que ia me apresentar a um dentista que arrumaria minha boca. Hoje, anos depois, já fui até mestre de cerimônia de um evento de odontologia.
Isso é fruto da cultura do país que a gente tem. Estamos no país da bunda! Se analisarmos, mostra uma carência de outras coisas. Se estamos valorizando o bumbum é porque falta alguma coisa aí, certo?
Se ela quiser entrar nessa carreira e continuar, ela pode chegar aonde quiser. Ela tem uma qualidade vocal boa, um entendimento e uma disponibilidade incrível de escutar. Faz questão de aprender!
A fábrica está aberta (risos). Às vezes quero muito, mas tem horas que fico reticente. Penso se vai ter água quando meu filho nascer.
Temperamento
Rodrigo Lombardi
Sou temperamental e esquisito. Só a minha mulher para me aguentar.
Pensei em desistir várias vezes, principalmente na época em que fiz uns 50 testes e não fui aprovado em nenhum. Teve uma época em que as coisas estavam tão difíceis, mas tão difíceis, que eu ia a pé até o grupo de teatro para economizar o dinheiro do ônibus. Assim conseguia tomar um refrigerante.
Admiração
Rodrigo Lombardi
Rogério Ceni sempre foi meu grande ídolo. Seria muito bacana se eu tivesse a oportunidade de conhecê-lo. Acho que eu viraria uma pedra se o encontrasse.
Foi minha mãe quem me incentivou a tentar ser ator, mas essa é a minha profissão por causa dos gostos que herdei do meu pai. É uma pena que ele tenha morrido quando eu estava ainda começando.
Sou um pai ausente, gostaria de estar mais com o meu filho e de ser mais participativo no tempo que tenho com ele. Só quem já fez nove novelas em dez anos sabe do que estou falando. Sei que meu filho sente a minha falta, mas ele tira isso de letra. Ele não carrega culpa, eu carrego.
Betty é muito bem-humorada. Ela está se divertindo muito com tudo isso, não tem ciúmes. Com o tempo, você aprende que duas pessoas podem ser, sim, uma só. No meu casamento, somos uma pessoa, mas cada um com as suas individualidades.