Histórias por trás de 15 músicas marcantes
A música é uma das mais abrangentes formas de arte. Ela tem uma linguagem própria, entendida por todos, nos mais variados idiomas, ritmos e situações. Ela é um instrumento de demonstração de amor, de contestação, de conscientização, de afago na dor e de ruptura de paradigmas, entre outras possibilidades. Mais do que sons bem arranjados numa melodia aprazível, com ou sem letras que são pura poesia, ela contribui para relaxar, refletir ou energizar. Ela tem o poder de atingir o inconsciente coletivo e muitos se veem representados por ela, que instiga a curiosidade sobre como foi concebida. Alguns sucessos eternos parecem ter vida própria. Veja em histórias por trás de 15 músicas marcantes.
É possível amar novamenteDepois de uma grande decepção amorosa, será que é possível amar novamente? Dua Lipa estava num relacionamento longo com alguém que lhe era desonesto. Ela sentiu que precisava se libertar disso e, aceitando a sugestão de um amigo, transformou em música como seria o resultado da superação e compôs "Love Again", lançada em 2020. Assim, ela provou que a possibilidade de amar é inesgotável, mesmo que pareça distante numa realidade de dor.
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A doce sensualidade na músicaIntimidade e sensualidade também são assuntos abordados na música. Em "Watermelon Sugar", de Harry Styles, single de 2019 com lançamento em 2020, ele insinua como é doce a sensualidade feminina. Apesar da polêmica sobre o conteúdo ser alusivo a um tipo de droga, o videoclipe da canção mostra melancias maduras (da fazenda de Harry) inteiras e em fatias, em meio a mulheres na praia, com corpos de todos os tipos, em trajes de banho.
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Exagerado
Cazuza decidiu deixar a banda Barão Vermelho e compôs, com Ezequiel Neves, uma letra longa, para a qual desejava que Carlos Leoni criasse uma melodia de bolero. Contudo, para dar o tom de “Exagerado” (1985), Leoni fez um rock inspirado no som da banda “The Who”, entendendo a irreverência e a rebeldia genial do texto. O sucesso imediato marcou a carreira solo do cantor e se tornou um clássico da Música Popular Brasileira, com várias regravações.
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Comece a fazer melhorEm 1968, Paul McCartney, ainda na banda The Beatles, sensibilizou-se com a situação de Julian, filho de John Lennon. Com cinco anos de idade, o garoto estava triste com a ausência do pai, separado da mãe do garoto e morando com Yoko Ono. Para incentivar o menino a superar o momento, Paul compôs "Hey Jules". Por soar melhor, a música passou a ser "Hey Jude". Atemporal, essa inspiração afetiva, além de grande sucesso, é uma mensagem de otimismo a todos.
Prepare-se para enxergar o lado bom de tudo
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Sozinha ou sozinhoO sucesso “Sozinho”, na voz de Caetano Veloso (1999), é uma composição de Peninha, inspirado numa conversa de telefone da filha adolescente com o namorado. A canção foi apresentada a Fábio Jr., que não quis incluí-la em seu álbum, produzido por Guto Graça Mello. O produtor apresentou a música a Sandra de Sá, que a gravou em 1997. O sucesso estrondoso também foi interpretado por Tim Maia (1997). Curiosamente, o hit tem o título de “Sozinha”.
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Uma certa viúvaNada como uma música fazer parte de uma trilha sonora de novela das oito da Rede Globo para se tornar inesquecível, principalmente tocada nas cenas da protagonista viúva, Porcina de Roque Santeiro. Composta por Sá e Guarabyra (este último para homenagear Marisa Saad, herdeira do Grupo Band), a canção “Dona”, de 1982, foi regravada com certa relutância na voz de Serginho, da banda Roupa Nova, que já tinha dois sucessos musicais na mesma novela.
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A voz da conscientização
A música pode servir à conscientização! Nesse sentido, a banda U2 compôs "Sunday, Bloody Sunday" (1983), inspirada no domingo de 30 de janeiro de 1972. Nele, tropas britânicas mataram 14 pessoas e feriram outras 26 na Irlanda do Norte, durante manifestações contra a prisão sumária de suspeitos de terrorismo e ligação com a organização libertária IRA. Apresentada cerca de 600 vezes em shows mundiais, sempre há no palco uma bandeira branca de paz.
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O inconsciente coletivo e a féQuando Renato Teixeira compôs "Romaria" (1978), numa mesinha e sem gravador, ele praticamente escreveu uma oração à Padroeira do Brasil. Inicialmente pensada para romeiros em direção a Aparecida do Norte, ela tem mais de cem gravações, inclusive nas vozes de Elis Regina e de Maria Rita, para quem a canção é "uma aproximação com a fé". A música tem letra com recursos poéticos sofisticados, mas toca direto a espiritualidade no inconsciente coletivo.
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Falsa perfeiçãoAbordar a questão de um mundo de aparências, onde tudo é perfeito, mas falso, foi a inspiração de The Weeknd, na música "Save Your Tears" (2020). O músico causou alvoroço ao aparecer no videoclipe da canção com o rosto "modificado" por intervenções estéticas. Ainda, apesar do genial trabalho com o álbum ("After Hours") desse sucesso, ele não foi indicado ao Grammy Awards do ano, trazendo uma incerteza antiga sobre a justiça nesse meio artístico.
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A música que rompe paradigmasUm ópera rock é por si só uma tremenda ruptura nos paradigmas dos dois estilos. Cascatas de vozes, vocal à capela, solo magistral de guitarra e um longo tempo de duração transformam "Bohemian Rhapsody" (1985) num clássico imperdível. Freddie Mercury criou uma metáfora para declarar sua homossexualidade e romper com o passado? Alguns acreditam nisso, mas é fato que essa música da banda Queen é genial, produzida quando a tecnologia era rudimentar.
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EpitáfioComo você aproveita a oportunidade de viver? Sérgio Britto (Titãs) compôs “Epitáfio” (2002). Os integrantes da banda foram ao enterro de um amigo e a presença deles gerou tanto tumulto que tiveram que sair às pressas. Voltaram ao cemitério vazio no dia seguinte e, quando passaram por um túmulo, viram os versos numa lápide. Depois de anotados, organizados e completados, surgiu uma bela reflexão musical sobre a vida e o que nela deve ser prioridade.
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Como romper a força do exemplo?Durante a ditadura militar brasileira, os compositores criaram músicas codificando as circunstâncias e os anseios daquele período. Geraldo Vandré e outros foram perseguidos e punidos. Belchior compôs, na década de 1970, “Como nossos pais”, canção gravada e imortalizada por Elis Regina. A crítica implícita na letra se refere à acomodação da juventude às regras, repetindo o comportamento dos pais, apesar da contestação para gerar mudanças.
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A música no Big Brother Brasil
No BBB 21, o participante sertanejo Rodolffo (dupla com Israel) tornou um sucesso a música “Batom de Cereja” (2021). Criada por Élcio de Carvalho, Léo Soares, Lucas Papada e Kito, ela antes foi oferecida aos Barões da Pisadinha, a Wesley Safadão e a Raí Saia Rodada. O refrão “eu bebo, tu beija” teve o “tu” mudado para “cê”, sugestão do pai de Rodolffo, tornando-a mais alinhado à região Centro-oeste. Juliette Freire venceu o reality, mas o hit ganhou as paradas.
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Convite à fugaGilberto Gil e o produtor musical Liminha estiveram na Jamaica, em 1984, para gravar com a banda The Wailers, de Bob Marley. Liminha pegou uma guitarra desligada, sentou no chão e começou a compor a letra de “Vamos Fugir”, com base na frase “Gimme your love". A partir daí, Gil e todos da banda entenderam rapidamente a música. Jimmy Cliff também participou do processo criativo desse reggae que contagiou o Brasil, pouco familiarizado com o ritmo.
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O som da liberdadeUma das músicas mais tocadas no mundo é capaz de fazer qualquer pessoa se sentir bem, principalmente porque toca fundo no sentimento de liberdade. Composta em 1963 por Anthony Newley e Leslie Bricusse, "Feeling Good" foi eternizada com Nina Simone, perfeita ao interpretá-la na regravação de 1965. Contudo, a canção, na voz da cantora ativista negra, explodiu para o sucesso em 1994, em uma propaganda da Volkswagen para a TV britânica.
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