Aprendizados
Juliano Cazarré
O ator sempre aprende acessar esses lugares. A buscar isso. Eu já dancei até o chão na adolescência e milhares de vezes na minha vida. A gente vai ficando velho, vai ficando besta, vai ficando sério. Mas, isso tudo está dentro de mim. Estou só resgatando e me dando a liberdade de fazer isso.
Sem frescura
Juliano Cazarré
Sou um ator que gosta de trabalhar com drama e bastante com comédia. Não tem nenhum que eu prefiro mais. São desafios diferentes. Eu sinto que a comédia é mais difícil de fazer. Na comédia tem que ser engraçado. Simplificando, eu amo atuar. Independente de gênero.
Acho que atuar depende muito de você saber ouvir o outro – ver e ouvir.
Eu fui a vários bailes de comunidade e visitar comunidades. Fiz aula de canto, de dança, pesquisei funk na internet, muita coisa também eu coloquei o que eu já vi na vida. Em Brasília, onde eu morava, já tinha funk e a meninada adorava.
Bem humorado
Juliano Cazarré
Eu sou um cara que gosto de fazer piada com os meus amigos, embora eu seja um cara bem sério. Sou bem humorado. Sou gaúcho, né? O humor do gaúcho é meio ácido. O meu humor é sempre mais para o lado irônico
Acho que a poesia faz mais ou menos a mesma coisa que a antropologia faz, que é pegar uma coisa estranha e “familiarizar” essa coisa; ou pegar uma coisa familiar e “estranhar” essa coisa. Acho que meu livro vai neste sentido, de pegar uma coisa familiar a todo mundo, que é a janela, e “estranhar”, tentar olhar por outros ângulos, por outras perspectivas. E ampliar também o conceito de janela. No livro tem uma série de janelas orgânicas, do corpo. O livro fala do olho, do pênis, do ânus, a janelinha do dente de uma criança banguela – tem essa série dentro do livro, que eu chamo de “orgânicas”.
Funk e a comunidade
Juliano Cazarré
É uma relação de respeito total. Mesmo não morando em comunidade. Eu respeito essa galera que vive lá. O funk é uma música que não toca no meu carro, mas sim quando eu estou na rua em uma festa e tal. Sempre acho gostoso de dançar esse ritmo. Eu tenho o maior respeito pelo funk, assim como tenho o maior respeito pelas comunidades. Tenho certeza que os funkeiros são a realidade cultural do Rio de Janeiro.
A carreira do ator é algo incrível, pois podemos viver várias vidas em uma vida só.
Pelas Janelas
Juliano Cazarré
Escrevi entre 2008 e 2009, quando eu morava em São Paulo. Eu continuo rabiscando, mas não tenho tido tempo de escrever muito, por causa da novela, no meio desse turbilhão todo – ainda mais agora no final... Tenho umas outras ideias para livro também, de poesia, que vão caminhando em paralelo, mas não tenho conseguido escrever muito.
Papel do poeta
Juliano Cazarré
O poeta – e o Quintana fazia isso muito bem – pega uma coisa que estava ali, na frente de todo mundo, mas em que ninguém tinha reparado ainda. Acho que eu tento isso também, um pouco. Tanto que o meu livro é sobre janelas, né? Um objeto que está na vida de todo mundo, mas eu tento lançar um olhar diferente sobre aquilo.
Cenas difíceis
Juliano Cazarré
Não é fácil fazer uma cena que pede ereção. Fiquei constrangido.Não sou ator pornô, não vou penetrar ninguém, por mais que as pessoas que assistem acreditem nisso.
(Sobre o filme Boi Neon).
Parcerias
Juliano Cazarré
Eu gosto de repetir parcerias. Assim como eu gosto de trabalhar com gente nova. A graça de repetir uma parceria é justamente porque aprofunda mais a relação.
Relação com o esporte
Juliano Cazarré
Minha relação com o esporte não é uma busca para ter o corpo perfeito. E sim para me sentir bem. Eu amo fazer esporte! Pra mim, a melhor hora do meu dia é quando eu estou correndo, surfando e fazendo exercícios. É uma coisa que faço questão de fazer. Me faz bem.