Ator por acaso
Anderson Di Rizzi
Eu sempre quis ser jogador. Até os 16 anos, meu pai sempre investiu na minha carreira. Eu era bom de bola, joguei até em categorias de base, em Campinas.
Como se tornou ator
Anderson Di Rizzi
Sou formado em Técnico em Contabilidade e, enquanto trabalhava nessa área, comecei a fazer academia. Um amigo tinha uma agência e me chamou para fazer alguns trabalhos. Eu fui para São Paulo e fiz figuração. Então me matriculei no curso da Escola Macunaíma e comecei a estudar para ser ator. A profissão veio sem querer.
Quando mãe fala
Anderson Di Rizzi
Quando eu tinha 15 para 16 anos, eu resolvi furar minha orelha. Meu pai encheu o saco e minha mãe falou ‘quem fura a orelha é só artista’. E quando eu resolvi estudar teatro, ela lembrou: ‘você foi estudar teatro por causa de seu furo na orelha’.
Fui sincero com Taise. Disse que aquela era minha primeira grande oportunidade e que não conseguiria dar a atenção que ela merecia. Ela disse que tudo bem.
Um dia saí para gravar e falei para ela ficar à vontade, ir à praia, “a casa é sua”. Quando voltei, Taise tinha passado o dia inteiro limpando o apartamento, foi ao mercado, fez um jantarzinho. Aí pensei: ‘Essa é uma menina que teve a oportunidade de ir para a praia e fez tudo isso’. Lá na frente, quando a situação apertar, vai estar do meu lado.
Sou um ator que gosta de arriscar e aceitar as possibilidades. Isso é natural de mim, eu não consigo ficar parado.
Só elogios à namorada
Anderson Di Rizzi
Taise me dá tranquilidade e entendeu muito bem meu trabalho. Ela se adaptou fácil à minha rotina e é muito tranquila em relação ao ciúmes.
Na reta final choramos muito, nos abraçamos, fizemos uma oração agradecendo a Deus e mandando energia para o universo, pedindo que a gente se encontre em outros projetos.
Eu, particularmente, fico muito feliz por isso, de as pessoas lembrarem de mim através de meus personagens. Na rua, dificilmente alguém me chama pelo nome, é sempre “Palhacinho”, “Palhaço”, “A delícia tá onde?”, essas coisas. Espero que lembrem mesmo, durante muito tempo.
Relação com a religião
Anderson Di Rizzi
O meu contato com a religião, com Deus, sempre veio muito da minha mãe. Fiz primeira comunhão, tive uma formação católica, mas hoje em dia não tenho religião. A minha religião é Deus, sinto muito forte a presença Dele. Leio a bíblia, estou sempre pensando no próximo, nunca fazendo com o próximo o que eu não gostaria que fizessem comigo.
Primeiro fui fazer um curso rápido de teatro, pra ver se era isso mesmo que eu queria, e saber como seria, o que eu iria sentir, como eu iria me sentir, e aquilo me deixava muito feliz. Eu não via a hora de voltar para a próxima aula, ficava pensando nos próximos exercícios que eu teria pra fazer, e já pesquisando outros cursos pra fazer, e aquilo me alimentava muito bem, eu ficava muito feliz com aquilo.
Fama e dinheiro
Anderson Di Rizzi
Nunca quis ser ator pensando na fama, ou em ganhar muito dinheiro. Sempre pensei que isso seria a consequência de um bom trabalho que eu fizesse na TV e que as pessoas gostassem.
O valor dos sonhos
Anderson Di Rizzi
Eu não indicaria para ninguém ser ator, porque eu sei o quanto isso é difícil, mas é claro que se for um sonho, algo que a pessoa queira muito e que esteja muito presente dentro dela, então eu diria para ir fundo.
Vontade de ser pai
Anderson Di Rizzi
Quero muito ser pai. Acho que vou educar bem, brincar bastante. Gosto de pipa, skate, carrinho de rolimã, de bichos, de contato com a natureza, de jogar futebol. Acho que vou ser um paizão.
Eu acho que o ator pode ser tudo. Eu acho que dentro da gente tem todos os sentimentos. Dentro de mim, tem o Anderson que mata o bicho pra comer, que é selvagem, mas só como ator, não como pessoa.
Eu tenho muita fé em Deus. Então eu me conecto com Ele, faço uma oração, peço proteção e tal. Então a arruda é mais para compôr isso.
Como se vê na velhice
Anderson Di Rizzi
Eu me vejo um senhorzinho de idade correndo na praia de óculos escuros, queimado de sol, com um monte de cachorro, sem muitas dores, com uma árvore de arruda na orelha e um balde de sal grosso na cabeça. Eu quero envelhecer bem. Sempre que me vem essa imagem na cabeça, me vem a saúde, então pra mim isso é o mais importante.
Essa é pra casar
Anderson Di Rizzi
Uma moça que está comigo, e num momento tão especial da minha vida conversa comigo e diz que quer ir pagar uma promessa comigo, pra estar mais perto de mim e da minha família, então eu pensei: “Essa é uma mulher da minha vida”.
Como um cara bacana. Quero que lembrem de mim e digam: Esse foi um cara legal.
Salão de beleza da mãe
Anderson Di Rizzi
Eu fico na recepção, atendo as clientes, falo da novela que elas adoram, faço um cafezinho e lavo, no máximo, um cabelo. Não chego a fazer mais nada que isso. Mas eu adoro e estou sempre lá. Quando estou em Campinas fico lá, ajudando a minha mãe.
Papel de galã
Anderson Di Rizzi
Não é fazer papel de galã, eu acho que eu faria mais um papel de um mocinho apaixonado. Eu não rotularia dessa maneira. Mas, se fosse um cara que não tivesse casado e se relacionasse com duas ou três mulheres, eu levaria com a maior verdade do mundo. Acho que essa coisa de galã fica mais para essa visão do público mesmo.
Parando de comer carne
Anderson Di Rizzi
Eu não cheguei a parar. Raramente eu como ou experimento alguma coisa. Mas até frango e peixe, que são carnes brancas, que eu até gosto muito de comer, eu fico pensando muito no bichinho.
Cachorrinha de estimação
Anderson Di Rizzi
Pegamos a Bandeirinha na estrada, ela não conseguia nem ficar de pé. Olha, vou falar, quando a gente pega um bichinho assim na rua, eles agradecem todos os dias. Ela agradece e vem com carinho todos os dias.
Amor pelos animais
Anderson Di Rizzi
Amo todo tipo de bicho. Tenho alguns cachorros adotados, gosto de gatos, cavalos, cabritos, vaca, boi, tudo o que você imaginar. Eu não mato nada. Não mato formiga, não mato abelha. Para você ter uma ideia, minha namorada briga comigo, porque ela vai matar pernilongo e eu falo: “Não precisa matar, é só expulsar ele daqui”. Acho que, como nós temos nosso espaço, os bichos têm o espaço deles.