Dom de cozinhar
Rodrigo Hilbert
Nunca gostei de sair para procurar restaurantes. A comida mais fresca que você pode encontrar é na sua casa, você realmente sabe o alimento que está consumindo, 100% de certeza.
Paixão pela cozinha
Rodrigo Hilbert
Tenho essa coisa inquieta, né? Estava lá fazendo novela, tudo certo, tranquilo, contratado pela Globo, maravilhoso, estava em Fina Estampa e tinham me chamado para outra novela. Esse projeto aconteceu de surpresa. Sempre cozinhei, desde moleque. Aí aprendi muita coisa.
Vinda do Sul para SP
Rodrigo Hilbert
Cheguei na agência e não tinha lugar para onde ir. Dormi escondido lá nos primeiros dias. Depois com outros modelos conseguimos alugar um apartamento, mas era vazio, não tinha nada. Minha cama era um monte de papelão um em cima do outro para ficar fofinho. Foi assim por uns 15 dias até conseguir comprar colchão, geladeira, fogão.
Relação com a mãe
Rodrigo Hilbert
Me protegeu muito a vida inteira, e eu sempre do lado dela. Minha criação masculina é mais por parte do meu avô, e a feminina pela minha mãe e minha vó.
Acho que é porque as pessoas se identificam muito. Dizem “adoro quando você lambe o dedo, adoro quando você bota o dedo na comida, a tua mãe te dando bronca…”. Muita gente voltou a não ter medo de cozinhar.
Chef de cozinha
Rodrigo Hilbert
Minha forma de fazer é a gastronomia mais tradicional, mas eu gosto muito da alta gastronomia. Adoro sentir sabores sem ter a cara do alimento.
Tenho muito orgulho disso, tenho muito prazer de poder chegar e te dizer isso, que faço as duas coisas que mais amo na vida, a serraria e a cozinha.
Homem de família
Rodrigo Hilbert
Eu me considero um cara bem criado, Fernanda também foi bem criada, temos essa coisa meio família, esses valores que as pessoas daí têm com a região, com a família, com a terra, com a casa. Família não é simplesmente pai, mãe e filhos, a família é avós, são tios, primos, a gente leva dessa forma assim.
Educação dos filhos
Rodrigo Hilbert
A gente educa de uma forma que tem que tentar ver o que está acontecendo com o mundo também. Não podemos ser rigorosos demais, mas o mundo como está hoje temos que deixar uma certa liberdade pra conhecer nossos filhos, deixarem que eles descubram o que querem. Elas têm que seguir o fluxo que está acontecendo no atual momento, a gente tem que estar sempre ao lado para cuidar. Óbvio que às vezes a gente erra, e erra muito. Cada um é cada um, e a gente descobre uma coisa diferente sobre eles todo dia e tem que se adaptar.
Ser humano acima de tudo
Rodrigo Hilbert
A minha realidade não tem nada de glamourosa. Sou um cara normal, com problemas como qualquer outra pessoa. Acho que o segredo desta boa convivência está em respeitar todo mundo.
Homens na cozinha
Rodrigo Hilbert
Eu acho bacana, esse preconceito não existe. Na minha família sempre, todos os homens cozinharam. A gente tem que se adaptar a isso.
Soldador na infância
Rodrigo Hilbert
Sempre levei jeito para mexer com ferro. Tenho o dom.
Homem apaixonado
Rodrigo Hilbert
Quando eu olhei pra Fernanda pela primeira vez eu já sabia que seria a mulher da minha vida. Sempre imaginei ter um amor eterno, uma vida repleta de felicidade ao lado de uma família linda. Mas o que eu tenho hoje é mais do que tudo isso.
Papel de pai e mãe
Rodrigo Hilbert
Fernanda é maravilhosa como mãe. Eu sou manteiga derretida, ela é mais séria, segura a onda, mas muito amorosa. Eu tive uma criação mais amolecida, minha mãe me protegeu muito. O pai da Fê era mais tipo “Ah, é? Quer ir? Então vai, vai tomar porrada na cabeça, vai, vai lá e faz isso aí”. Ela me ajudou a ser mais assim também.
Pau pra toda obra
Rodrigo Hilbert
Tenho uma oficina no meu sítio, com solda e torno, faço várias peças de ferro, brinco, monto, desmonto, quebro, sou meio engenhozinho. Nada em casa eu chamo alguém pra consertar, tudo quem arruma sou eu, acredite.
Símbolo de beleza
Rodrigo Hilbert
Me incomoda ser visto como Don Juan.
Nossa, como eu queria a minha mãe morando aqui no apartamento do lado, na esquina, minha vó, minha tia, qualquer parente aqui perto. Tem que sair? Deixa as crianças na casa de um parente.
São Paulo não era a cidade que eu queria. Em vez de viver o glamour, não gostava daquilo. Não fazia parte de mim, não era eu, queria algo mais consistente. A moda é muito legal, mas é para quem tem esse ideal de vida. Vim para o Rio, fiz um teste de TV, pensei “Nossa, é isso que quero fazer”.
Cada vez mais estou me interiorizando, cada vez mais voltando para as minhas raízes, tenho meu sitiozinho, minha plantação, vivo na cidade grande porque, óbvio, gosto, sou apaixonado pelo Rio de Janeiro, meu escritório é aqui. Mas é muito importante na vida de uma pessoa.
Procurei as pessoas certas pra estar do meu lado e me distanciei das erradas. Na cidade grande tem muita gente boa e muita gente do mal. Desde 1998, meus amigos me acompanham. Minhas amizades são longas.
Se queremos um mundo melhor, vamos começar incentivando o diálogo pacífico e respeitoso.
Éramos quatro modelos chegados do Sul. Começamos a fazer uns testes, pegar trabalhos, pintou um dinheiro, mas o dinheiro que eu achava que iria aparecer não aparecia, porque descontavam a grana do carro, do teste, do book, não sobrava quase nada. A gente vai vivendo e aprendendo. Graças a Deus passei por tudo isso, foi o que me ajudou a crescer e me fez saber o que eu queria fazer da vida.
Acho que a gente precisa fazer isso e eu me sinto na obrigação de defender a causa e o orgulho LGBT. Não é só o gay que tem que lutar por isso e foi o que pesou bastante na decisão de estar ali. O programa foi bem educativo, a gente aprendeu de uma forma didática e divertida. Espero que as pessoas de casa também aprendam e que esse show que fizemos no palco possa ser levado para a vida e sirva de exemplo.
Saindo da casa dos pais
Rodrigo Hilbert
Nossa, foi muito difícil. No dia em que fui embora, minha família inteira lá na porta da casa do meu vô, me dando tchau, e eu garotão adolescente forte não queria chorar. Entrei no carro do meu primo e depois comecei a chorar igual a um louco.
Drag queen
Rodrigo Hilbert
Não sabia que era tão difícil essa arte. É lindo, maravilhoso!
Felicidade tem receita?
Rodrigo Hilbert
Não sei, talvez seja a da macarronada com galinha ensopada e maionese da minha mãe. Acho a tradução mais próxima disso.
Fernanda Lima
Rodrigo Hilbert
É uma mãe e mulher maravilhosa, sou fã número 1, apaixonado, não tenho nem o que falar dela. Costumo agradecer muito a ela. Me deu um rumo na vida, né? Foi um exemplo de vida para mim. Pago um pau para ela impressionante, não vejo ninguém no mercado tão dedicado como ela a tudo que faz. Sou 10% do que ela é e já basta.
Eu sempre percebi um carinho enorme do público, mas depois do tempero, as pessoas me param na rua, as senhoras, as mulheres, os homens, principalmente no supermercado, e as pessoas percebem que está acontecendo algo de muito legal, as pessoas estão vendo e acompanhando esse sucesso. Eu só tenho que agradecer e isso acontece porque eu estou fazendo isso de coração mesmo.